Premier League flexibiliza regras de vistos de trabalho e abre caminho para jogadores brasileiros

Times poderão contratar até quatro jogadores que não atinjam os requisitos do sistema de pontos


Andrey Santos teve problemas com o visto e ainda não conseguiu atuar pelo Chelsea Divulgação/Chelsea

O futebol inglês anunciou alterações no seu histórico sistema de vistos de trabalho nesta última quarta-feira. Após decisão do ministério do interior do Reino Unido, as regras do GBE (Governing Body Endorsement), o sistema de pontos que define a concessão ou não de permissões para jogadores de fora da região atuarem na Inglaterra será flexibilizado: agora, os times das quatro divisões do futebol inglês poderão contratar atletas que não atinjam os requisitos.

As mudanças entram em vigor já nesta janela de transferências. Os clubes da Premier League e da Championship (primeira e segunda divisões) poderão contratar um mínimo de dois e um máximo de quatro jogadores fora dos requisitos, a depender do número de atletas ingleses atuantes em seus elencos. Nas Leagues One e Two (terceira e quarta divisões), o número é fixo em dois.

Essa número mínimo vale apenas nesta primeira temporada com a nova regulamentação em vigor. A partir da temporada que vem, a Football Association (FA), federação local, analisará a proporcionalidade de jogadores ingleses e concederá um número entre zero e quatro para cada equipe. Como contrapartida pelo novo conjunto de normas, os clubes concordaram em melhorar as condições de desenvolvimento e progressão de carreira de jogadores nascidos no país. Caso tenha sucesso, as regras podem ser ainda mais flexibilizadas.

A notícia favorece fortemente os clubes da Premier League, altamente internacionalizada. Na última temporada, os estrangeiros foram 392 dos 593 (cerca de 66%) que passaram ou seguem nos 20 times da liga, segundo o site Transfermarkt.

Danilo, ex-Palmeiras, está no Nottingham Forest, da Premier League — Foto: Twitter/Nottingham Forest

A notícia também é boa para os atletas brasileiros, maioria entre os estrangeiros da liga (35). No início deste ano, o volante Andrey, vendido pelo Vasco ao Chelsea, não conseguiu o visto de trabalho e precisou retornar por empréstimo ao futebol brasileiro e atuar no Mundial sub-20 para chegar aos pontos necessários do sistema, que leva em conta uma série de requisitos envolvendo nível de competições, minutos de jogo, notoriedade, entre outros.

"Observamos todo o ecossistema do futebol e queríamos criar um modelo novo que atingisse os diferentes objetivos das partes interessadas. Trabalhamos junto aos clubes e às ligas e desenvolvemos uma solução progressiva que dará às equipes esse acesso adicional ao talento internacional e incentivará as oportunidades de jogo aos atletas ingleses", afirmou Mark Bullingham, executivo-chefe da FA.

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