Ídolo do futebol camaronês, Samuel Eto’o apresentou um pedido de demissão do posto de presidente da federação de futebol do país (Fecafoot), depois de ser acusado de manipulação de resultados, ameaças físicas e incitação à violência. A solicitação, no entanto, foi rechaçada pelos executivos da federação.
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Segundo o jornal The Athletic, arquivos que comprovariam as ilegalidades foram enviados ao Comitê de Ética da FIFA em julho pelo ex-vice-presidente da Fecafoot, Henry Njalla Quan Junior, material que também está sendo investigado pela Confederação Africana de Futebol.
O DailyMail afirmou que dirigentes da seleção se reuniram, nesta segunda-feira, para avaliar o que fazer diante dos escândalos. Durante o encontro, o presidente da federação apresentou sua demissão, mas os executivos recusaram. O tabloide destaca que não é a primeira vez que Eto'o tenta se demitir. Um comunicado da federação publicado nas redes sociais aponta que o órgão confia no astro camaronês.
"Ao final das discussões e deliberações subsequentes, os membros da comissão executiva decidiram manter os seus atuais mandatos e rejeitaram por unanimidade a renúncia do presidente, renovando assim a sua confiança nele", explicou a Fecafoot no comunicado.
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De acordo com The Athletic, um dos episódios foi “o mais escandaloso da história da humanidade”, quando, no intervalo de uma partida do campeonato local, "um telefone foi colocado no alto-falante para que os árbitros pudessem receber instruções diretas do próprio Eto'o”, como denunciou Quan Junior.
Em outra partida polêmica, um time “recebeu cinco cartões vermelhos (três para jogadores e dois para membros da comissão técnica) e quatro amarelos”. O adversário teve “duas penalidades questionáveis” a seu favor, com a primeira delas tendo de ser cobrada novamente “devido à aparente invasão” após o goleiro ter feito a defesa.
Procurada pelo Athletic, a Fifa não quis comentar se investiga o caso. A defesa de Eto'o e o próprio jogador não responderam aos questionamentos da publicação, sendo que, em outra oportunidade, “já negaram as acusações, chamando-as de ‘rumores caluniosos’”.
O ex-jogador já havia sido condenado a 22 meses de prisão por quatro crimes de fraude fiscal na Espanha em junho do ano passado. Ao lado de seu ex-empresário, José María Mesalles, ele é condenado por declarar indevidamente 3,8 milhões de euros oriundos de operações sobre os direitos de imagem para a marca Puma e o Barcelona entre os anos de 2006 e 2009.
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Conforme o Ministério Público, o ex-atacante devia ter declarado o valor em seu imposto de renda pessoal, mas o fez por meio de duas empresas, dando início a um julgamento que se estendeu por anos. Mesalles preferiu não depor antes de admitir os fatos. O administrador de uma das empresas usadas na fraude, Jesús Lastre, foi absolvido.
Eto'o foi obrigado a pagar quatro multas com valor total de 1,8 milhões de euros. Mesalles também terá de pagar o mesmo número de multas, mas no total de 905 mil euros.