Com a derrota de Keno Machado para o uzbequistanês Lazizbek Mullojonov por 5 a 0, nesta quinta-feira, o Brasil agora só tem mais mais três representantes no Boxe das Olimpíadas de 2024, todos por categorias diferentes: Beatriz Ferreira, Jucielen Romeu e Wanderley Pereira são os brasileiros que ainda ainda não deram adeus aos Jogos de Paris na modalidade. No entanto, nem todos estão na mesma fase de competição e uma até já garantiu um lugar no pódio.
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Beatriz Ferreira
Dos três pugilistas do Brasil restantes, Beatriz Ferreira é quem já está obrigatoriamente levará uma medalha pra casa, mesmo tendo uma luta a disputar, no mínimo. A brasileira já teve dois duelos nas Olimpíadas, contra Jajaira Gonzales e Chelsey Heijnen, respectivamente, e venceu ambos por 5 a 0. Lutadora da categoria peso leve, ela está na semifinal e por isso, já garantiu pelo menos o bronze. Sua próxima adversária será a irlandesa Kellie Harrington. A luta acontece no próximo sábado, a partir de 17h (horário de Brasília).
Filha do também pugilista Raimundo Ferreira, o "Sergipe", Bia seguiu o caminho do pai e foi além, abrindo caminhos e fazendo História. Aos 15, já dava aulas. Em 2019, tornou-se a primeira brasileira campeã do mundo no esporte. Em Tóquio-2020, a prata foi o melhor resultado para o boxe feminino em Jogos Olímpicos. Em abril deste ano, conquistou o Mundial entre os profissionais, tornando-se a primeira a igualar os títulos entre amadores (que ela voltou a vencer no ano passado) e profissionais.
Jucielen Romeu
Jucielen Romeu fará sua estreia nas Olimpíadas de 2024, nesta sexta-feira. Ela enfrentará a americana Alyssa Mendoza, na próxima sexta-feira, a partir das 11:15h (horário de Brasília), pelas oitavas de final do peso pena. Diferentemente da brasileira, a adversária teve que conquistar sua vaga nesta fase, após vencer Mijgona Samadova por 3 a 2. Eliminada de primeira em Tóquio-2020, Jucielen chega à Paris mais forte e experiente e pode surpreender. No entanto, a presença da atual campeã do Pan-Americano no pódio olímpico seria uma surpresa.
Jucielen foi apresentada cedo ao boxe. Conheceu aos 10 anos, quando ingressou em um projeto social no Jardim Guanabara, bairro de Rio Claro (SP) onde cresceu. Ainda adolescente, entrou para uma academia, onde seu aprendizado foi além das técnicas do esporte: "Me fez perceber que sou uma menina negra de periferia", contou à Folha de S.Paulo, em 2021. Na vida ou nos ringues, ela luta com todas as forças e se levanta a cada queda. Após a prata no Pan de Lima, em 2019, voltou com o ouro da edição de 2023, em Santiago. E, depois do 9º lugar nos Jogos de Tóquio, ela vai a Paris pronta para se superar.
Wanderley Pereira
Após ter uma atuação impecável na estreia, na vitória por 5 a 0 sobre o haitiano Cedrick Belony-Duliepre, Wanderley Pereira está à uma vitória de conquistar um lugar no pódio olímpico, na sua primeira participação dos Jogos na carreira. Medalhista mundial, o brasileiro chegou à Paris com a moral lá no alto, mas sem ser considerado um dos favoritos da categoria. Para conseguir o feito inédito, ele terá que derrotar o ucraniano Oleksandr Khyzhniak, adversário duríssimo que levou a prata em Tóquio-2020. A luta acontece na próxima sexta-feira, a partir de 16:30 (horário de Brasília).
Quem vê o baiano de 23 anos ostentando o apelido de Holyfield brasileiro pode questionar se não é pretensão querer se comparar ao ícone do esporte mesmo sendo ainda tão novo. Mas, no ano passado, ele mostrou que potencial, técnica e coragem não faltam. Com a prata no Pan-Americano de Santiago, Wanderley confirmou sua presença nos Jogos de Paris. E, no Mundial do Uzbequistão, não sentiu o peso do torneio e saiu de lá também com uma prata.