O surfe é uma das modalidades que trazem mais esperanças ao Brasil em Paris-2024. A sede olímpica é em Teahupoo, no Taiti — maior ilha da Polinésia Francesa. O local é conhecido pelos tubos perfeitos e, ao mesmo tempo, perigosos, já que quebram em uma bancada rasa e afiada de corais. Por conta das características da onda, os surfistas buscam justamente esse tipo de manobra para alcançar as maiores pontuações. É lá que Gabriel Medina disputa nesta quinta (1), às 18h48 (horário do Brasil), às quartas de final, contra outro brasileiro, João Chianca, o Chumbinho.
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A forma que cada atleta percorre o caminho dentro do tubo é o que costuma chamar a atenção dos juízes, que analisam as baterias com uma visão frontal ao mar. O tamanho da onda e o posicionamento do surfista são outros fatores que mais influenciam na pontuação. Por exemplo, quanto mais a prancha do surfista desaparecer na onda, a tendência é que a nota seja mais bem avaliada.
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Para que isso aconteça, ele precisa ficar mais profundo possível no tubo, o que leva o termo deep (profundo) nos jargões do surfe. Nessa situação, a dificuldade de completar a manobra aumenta consideravelmente, já que o surfista tem que lidar com uma bola de espuma ao longo do percurso no tubo, que é chamada de foam ball (bola de espuma).
Quem é goofy ,ou seja, que surfa com o pé direito à frente da onda pode tirar vantagem dessa "barreira" na onda. É o caso do brasileiro Gabriel Medina, considerado um dos melhores competidores nos tubos para a esquerda de Tehupoo. Enquanto o regular, como Filipe Toledo e João Chianca, costuma ter mais dificuldade em colocar velocidade para sair do foam ball com uma espécie de "spray" ou "baforada" nas costas do surfista.
Em caso de mar pequeno em Teahupoo, as manobras mais progressivas, como os aéreos, passam a contar mais na pontuação, porém, ao mesmo tempo, o tubo continua sendo prioridade nos critérios de julgamento. Isso ocorre porque quanto maior o tamanho da onda, mais probabilidade da onda ser tubular.
Durante as campanhas de seus três campeonatos mundiais (2014, 2018 e 2021), ele venceu duas vezes na Polinésia Francesa (2014 e 2018), além de ter chegado em outras quatro finais. O fato de ser tão dominante nesse tipo de mar engrandece ainda mais a carreira do atleta, considerado um dos surfistas mais completos de todos os tempos ao acumular 18 troféus — recorde brasileiro — em etapas da elite mundial.