Conheça João Chumbinho, mais novo brasileiro campeão no surfe mundial

Surfista de 22 anos conquistou a etapa do Circuito Mundial de Peniche, em Portugal, e consagrou volta por cima na curta carreira

Por Davi Ferreira


João Chumbinho vence a etapa de Portugal e se firma de vez no Circuito Mundial de Surfe Damien Poullenot / WSL

A Brazilian Storm segue fazendo história pelas águas do mundo. Nesta terça-feira, João Vitor Chianca, mais conhecido como “Chumbinho”, conquistou o título da etapa portuguesa de Peniche, no Circuito Mundial de Surfe. A prova foi a terceira desta temporada, e colocou de vez no radar uma das grandes promessas do esporte. Uma final vencida contra o australiano Jack Robinson, atual líder do ranking mundial, é um sinal positivo.

Natural de Saquarema, cidade do Rio de Janeiro, o surfista de 22 anos possui uma forte linhagem familiar. João é filho de Gustavo Chumbão e irmão de Lucas Chumbo, ambos surfistas especializados em ondas gigantes. O apelido acabou ganhando uma progressão entre o pai e os filhos. A mãe, Michele Cabral, também sempre esteve presente incentivando a carreira deles.

Em Peniche, Chumbinho venceu uma etapa do Circuito Mundial pela primeira vez em sua carreira. Mas os primeiros passos foram dados há um bom tempo, ainda em 2015, em competições de categoria júnior. Após começar a mostrar resultados expressivos dois anos depois, conseguiu o feito de ser campeão sul-americano em 2019, deslanchando de vez como potencial talento para o futuro.

A vaga na WSL foi conquistada no final de 2021, e sua estreia aconteceu na temporada passada. No entanto, foi bem aquém das expectativas. O 9º lugar alcançado na estreia em Pipeline, no Havaí (EUA) foi o seu melhor resultado. Sem conseguir chegar às quartas de final nenhuma vez, Chianca não passou do corte de meio de temporada, uma novidade implantada em 2022 para reduzir a quantidade de surfistas, de 36 para 22.

Rebaixado para a Challenger Series, o brasileiro precisou novamente correr atrás de uma vaga entre os melhores do mundo. Convidado pontualmente para participar da etapa do Circuito em Saquarema, sua terra natal, deu a volta por cima na divisão de acesso e finalizou a temporada na 8ª colocação geral. Assim, João estava de volta à elite.

A estreia na nova temporada foi com o melhor resultado da carreira. Em Pipeline, foi 3º colocado, sendo eliminado na semifinal pelo próprio Jack Robinson. Repetiu o desempenho em Sunset Beach, também no Havaí, caindo na semi para o compatriota Filipe Toledo. Já nas águas de Peniche, passou pelo americano Kelly Slater e pelos australianos Ethan Ewing, Connor O'Leary e Callum Robson.

A final contra Robinson teve gostinho de revanche. Na primeira final disputada na vida, conseguiu uma pontuação total de 17,57, enquanto o rival fez apenas 15,14. O título foi muito comemorado e considerado o ponto mais alto de uma volta por cima, na curta história de Chumbinho no mais alto nível do surfe.

Ocupando o 2º lugar do ranking mundial a partir de agora, segue firme na busca pelo título mundial. Além disso, também pode ser considerado nome forte para defender o Brasil nas Olimpíadas de Paris, que serão realizadas em 2024 e começam daqui a 500 dias. Para se manter entre os melhores na WSL, João buscará um bom desempenho nas próximas duas etapas na Austrália: em Bells Beach, entre 4 e 14 de abril, e em Margaret River, entre os dias 20 e 30 do mesmo mês.

Weston-Webb fica entre as melhores em Portugal

A brasileira Tatiana Weston-Webb também alcançou um bom resultado na etapa de Peniche. Depois de eliminar a portuguesa Teresa Bonvalot e a australiana Molly Picklum, a surfista de 26 anos parou na semifinal, eliminada pela americana Courtney Colongue. Na decisão, ela perdeu para a compatriota Caitlin Simmers, de apenas 17 anos.

Este terceiro lugar foi o melhor resultado de Tati nesta temporada. Ela era a atual campeã em Peniche, tendo vencido a prova em 2022. Na 5ª colocação do ranking mundial, é a melhor brasileira em desempenho, e a única no top-10.

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