Clara Moneke, a Kate de 'Vai na fé', conta que não desistiu da carreira por influência de Marcelo D2

Por Gabriel Menezes


Clara Moneke Manoella Mello

Clara Moneke tem chamado a atenção em “Vai na fé” como Kate, que se envolveu com o vilão Theo (Emilio Dantas). A personagem vem rompendo barreiras morais para ajudá-lo em seus planos e para subir na vida. O trabalho marca a estreia da atriz na televisão. Ela conta que, de uma hora para a outra, sua vida mudou:

— Eu imaginava que a novela seria um sucesso, mas não tão rápido e nem com essas proporções para a minha personagem. Ganhei cem mil seguidores no Instagram em um mês e recebo carinho do público por onde passo. As pessoas se identificam com as trapalhadas da Kate.

Ela diz que a parceria como Emilio Dantas foi um elemento fundamental para esse retorno positivo:

— Eu brinco com o Emilio dizendo que não imaginava que ele era uma pessoa tão legal. A imagem que eu tinha dele era a do Rubinho (personagem de “A força do querer”). Criamos uma superparceria. Ele teve toda paciência comigo e aprendemos muito um com o outro. A trama da Kate e do Theo poderia ser retratada num lugar muito mais pesado, porque ela é problemática em vários sentidos. Mas a gente resolver brincar e deixar mais cômico. As pessoas adoram a forma como ela manda e desmanda nele. Ela não é um anjo.

O bom momento profissional que vive hoje como atriz por pouco não aconteceu. Depois de dez anos dedicada ao teatro, em 2017 Clara resolveu entrar na faculdade de Hotelaria na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), em Seropédica. A ideia dela, inicialmente, era conciliar uma carreira que lhe desse um bom retorno financeiro com a paixão pela arte. O problema é que o curso é integral, e logo ela arrumou um estágio:

— Nunca precisei trabalhar para ajudar em casa, mas a gente vai crescendo e quer a nossa independência. E quem é do teatro sabe que muitas vezes precisa pagar para trabalhar. Audiovisual era algo que nunca tinha me passado pela cabeça. Depois que entrei na faculdade, acabei me distanciando da vida artística. Mas, durante o meu estágio, conheci o Marcelo D2, nos demos muito bem, e isso trouxe uma surpresa.

Depois de um tempo, ela recebeu um convite para fazer um teste para o elenco da série (ainda inédita) “Amar é para os fortes”, do Prime Video da Amazon, criada por D2 em parceria com Antonia Pellegrino:

— A agente da série me ligou convidando. Eu disse que não queria fazer o teste, porque estava empregada e a arte nunca tinha me dado nada vida. Ela insistiu, disse que o D2 gostaria que eu fizesse. Fui muito a contragosto e acabei aprovada. Foi aí que troquei um trabalho de carteira assinada pelo contrato de uma série. De lá para cá, as coisas vêm acontecendo para mim.

Olhando para trás, a atriz afirma que hoje entende a importância da representatividade na televisão:

— Eu nunca almejei o audiovisual porque eu não me via nesse lugar. Era raro ver uma mulher preta como eu, escura e com o cabelo crespo, em papéis importantes. E quanto menos eu via mais eu achava que era impossível. Esse é um motivo que me deixa ainda mais orgulhosa de estar neste lugar hoje. Poder ser uma referência para outras meninas pretas.

Outro tema retratado em “Vai na fé” que está muito presente na vida de Clara é a religião. Ela vem de uma família praticamente toda evangélica e diz que se sente muito feliz em frequentar a igreja. Há dois anos, no entanto, tornou-se candomblecista. Esse chamado veio depois da morte inesperada da mãe, vítima de um AVC:

— Sempre tive uma referência africana de orixá, mas como cultura, não como religião. Quando a minha mãe faleceu, eu quis ter essa ligação espiritual mais forte. Isso me ajudou muito a viver o meu luto.

Já o pai de Clara é nigeriano e vive no Brasil há mais de 30 anos. Um dos planos da atriz para depois da novela é viajar para a Nigéria para conhecer o restante da sua família:

— Tenho muito contato com a parte da minha família de lá e quero muito ir conhecê-los pessoalmente. Me planejei para ir em 2019, mas veio a pandemia e não foi possível.

A atriz namora há dois anos com o publicitário Tácio Fidelis. Depois de um período mantendo uma relação relativamente à distância, com ela no Rio e ele, em Volta Redonda, no interior do estado, o casal está morando junto desde o ano passado:

— Ele veio trabalhar no Rio e aos poucos começamos a morar juntos. Tem dado muito certo. Estamos muito felizes juntos. Ele também é dançarino e tem esse envolvimento com o mundo da arte. Torcemos muito um pelo outro.

Clara e o namorado — Foto: Reprodução/Instagram
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