Primeiro senador democrata pede que Biden abandone a candidatura, aumentando a pressão sobre o presidente

Apesar dos apelos, desencadeados pelo desempenho considerado desastroso no primeiro debate eleitoral contra o adversário Donald Trump, o mandatário tem repetidamente reiterado que continuará na disputa

Por O Globo e agências internacionais — Washington


Presidente dos EUA, Joe Biden, acena a apoiadores antes de discurso no Wisconsin; um deles levanta cartaz dizendo 'passe o bastão', Joe SAUL LOEB / AFP

RESUMO

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GERADO EM: 10/07/2024 - 21:16

Pressão crescente para Biden abandonar reeleição

Senador democrata pede para Biden abandonar reeleição devido a preocupações com idade e desempenho. Pressão aumenta, mas Biden reafirma compromisso. Outros membros do partido também pedem sua saída, enquanto debate sobre sua permanência na disputa continua.

O senador Peter Welch se tornou nesta quarta-feira o primeiro membro democrata do Senado americano a pedir publicamente ao presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, que abandone sua tentativa de reeleição, em meio a crescentes preocupações sobre sua idade e aptidão física. Apesar da pressão, desencadeada pelo desempenho considerado desastroso no primeiro debate eleitoral contra o adversário Donald Trump, o presidente tem repetidamente reiterado que continuará na disputa.

"Para o bem do país, estou pedindo ao presidente Biden que se retire da disputa", disse o senador de Vermont em um artigo de opinião no Washington Post. "Pedimos ao presidente Biden que fizesse tanto por tantos por tanto tempo. Isso exigiu altruísmo e coragem inigualáveis. Precisamos que ele nos coloque em primeiro lugar, como fez antes. Peço que ele faça isso agora."

Welch se junta a outros oito deputados do partido que também pediram publicamente que Biden saia da corrida pela Casa Branca. E, sem declarar sua opinião sobre a manutenção ou não de Biden na campanha, o senador Richard Blumenthal disse estar "profundamente preocupado" com as chances de reeleição, e que o partido deveria chegar a uma conclusão sobre a chapa “o quanto antes”. Na véspera, ele havia feito uma contundente defesa de Biden, dizendo que o presidente estava "mostrando ter força para colegas e ao público".

Nancy Pelosi, democrata e ex-presidente da Câmara, sugeriu em entrevista que Biden deveria reconsiderar sua decisão de concorrer, e apontou que o relógio está correndo.

— Cabe ao presidente decidir se vai concorrer. Estamos todos encorajando-o a tomar essa decisão. Porque o tempo está acabando — disse Pelosi, em entrevista à ABC, aparentemente ignorando que o presidente reiterou, em mais de uma ocasião, que vai "até o fim". — Quero que ele faça tudo o que decidir fazer, e é assim que as coisas são. O que quer que ele decida, nós concordamos.

Contudo, horas depois, Pelosi disse, em comunicado ao New York Times, que "jamais disse que ele deveria reconsiderar sua decisão" de se candidatar.

'Luta contra o tempo'

Os pedidos para que Biden abandone a disputa pela reeleição se acumulam, de todos os lados. Também nesta quarta-feira, o ator e membro do Partido Democrata, George Clooney, manifestou-se em um artigo para o New York Times, dizendo que "a única batalha que ele não pode vencer é a luta contra o tempo". "É devastador dizer isso, mas o Joe Biden com quem eu estive há três semanas na festa de arrecadação de fundos não era o Joe 'grande coisa' Biden de 2010. Ele não era nem mesmo o Joe Biden de 2020. Ele era o mesmo homem que todos nós vimos no debate."

"Não vamos vencer em novembro com esse presidente", escreveu Clooney. "Além disso, não ganharemos a Câmara e perderemos o Senado. Essa não é apenas a minha opinião; essa é a opinião de todos os senadores, membros do Congresso e governadores com quem conversei em particular."

A Convenção Democrata, que confirmará o nome de Biden (ou de outro candidato ou candidata) à Presidência, acontece entre 19 e 22 de agosto em Chicago. Biden sabe que, ao conseguir mais tempo como candidato, reduz as chances de ser substituído — por outro lado, aqueles que buscam uma nova candidatura parecem elevar o ritmo das críticas, que, até o momento, não parecem ter movimentado as peças na cúpula do partido. (Com NYT.)

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