A campanha da vice-presidente dos Estados Unidos, e provável candidata democrata nas eleições de novembro, Kamala Harris, anunciou nesta sexta-feira ter arrecadado US$ 310 milhões (cerca de R$1,7 bilhão) durante o mês de julho. O valor é mais que o dobro da quantia obtida pelo ex-presidente Donald Trump, candidato republicano na disputa à Presidência, ao longo do último mês.
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Durante os primeiros 20 dias de julho, a campanha de Kamala ainda era a do atual presidente americano, Joe Biden. Mas, apenas nos sete dias após Biden ter desistido da disputa, e a democrata ter se tornado a provável oponente de Trump, a campanha disse ter arrecadado US$ 200 milhões (cerca de R$ 1,1 bilhão).
Já a de Trump e seus próprios aliados afirmaram nesta quinta-feira ter angariado US$ 139 milhões em julho (cerca de R$ 796 milhões), uma soma alta, porém significativamente inferior ao obtido por Kamala em meio a uma explosão de entusiasmo sobre sua candidatura.
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Com o nome da democrata, a campanha arrecadou no mês passado quase tanto quanto havia obtido em março, abril, maio e junho juntos, com o nome de Biden.
Esse aumento permitiu que os democratas, pela primeira vez em meses, tivessem uma vantagem financeira em mãos sobre os republicanos. Segundo a campanha de Kamala, agora há US$ 377 milhões (cerca de R$ 2,1 bilhões) em caixa, em contraste com os US$ 327 milhões (R$ 1,8 bilhão) que a campanha de Trump afirma ter.
Nenhuma das duas divulgou com precisão quanto desse somatório total foi angariado ou mantido pelas próprias campanhas ou pelos comitês de seus partidos aliados.
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A arrecadação de fundos dos democratas despencou nas três primeiras semanas de julho, após o desastroso debate de Biden, embora os números precisos não tenham sido divulgados pela campanha. No entanto, depois que o atual presidente americano desistiu da disputa, em 21 de julho, a torneira da arrecadação de fundos foi aberta.
Os US$ 200 milhões (cerca de R$ 1,1 bilhão) obtidos somente na semana seguinte à desistência, sob o nome de Kamala, já foram mais do que o valor angariado por Biden ao longo dos primeiros três meses do ano.
Do outro lado, a arrecadação da campanha de Trump foi forte, e muito provavelmente teria superado em muito a dos democratas se o partido não tivesse focado em Kamala.
Os US$ 139 milhões (cerca de R$ 796 milhões) obtidos pelos republicanos em julho representaram um dos meses mais fortes de Trump até o momento, e ainda assim abaixo da soma de maio, quando apoiadores responderam à sua condenação criminal com US$ 141 milhões (cerca de R$ 807 milhões) em doações.
Em junho, o ex-presidente arrecadou US$ 112 milhões (cerca de R$ 641 milhões), mas as doações cresceram no mês seguinte, quando ele sobreviveu a uma tentativa de assassinato, foi formalmente nomeado na convenção republicana e escolheu o senador JD Vance, de Ohio, para ser seu vice - eventos que motivaram doadores e apoiadores.
Ainda assim, julho foi o segundo mês consecutivo em que os democratas conseguiram arrecadar mais do que Trump. Em junho, quando Biden ainda estava no topo da lista, sua campanha arrecadou US$ 127 milhões (cerca de R$ 727 milhões) e terminou o mês com US$ 240 milhões (cerca de R$ 1,3 bilhão) em caixa.