Um promotor imobiliário de Nova Iorque que declarou falência nesta quarta-feira acusado de roubar mais de 86 milhões de dólares (cerca de R$ 430 milhões) a investidores através de uma elaborada série de fraudes e burlas que começaram em 2015, segundo o Ministério Público de Nova Iorque.
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Nir Meir foi detido na segunda-feira no estado da Florida, no sudeste dos Estados Unidos, na sequência de um mandado de detenção emitido pelo estado de Nova Iorque. O empresário, de 49 anos, e seus cúmplices teriam roubado dinheiro de investidores, empreiteiros e autoridades municipais, segundo o promotor distrital de Manhattan, Alving Bragg, que acredita que houve “fraude generalizada no setor imobiliário liderada principalmente por Nir Meir”.
Meir pediu falência na Flórida na última quinta-feira. Ele alegou ter dívidas no valor de quase US$ 30 milhões, incluindo milhares de dólares devidos a empresas de cartão de crédito e uma controversa dívida de US$ 626.000 com o magnata americano-israelense Benny Shabtai.
De acordo com a investigação judicial, Meir tinha apenas US$ 50 em bens, mas despesas mensais de US$ 37,4 mil e morava em uma luxuosa propriedade à beira-mar em Miami.
Os promotores afirmam que Meir desviou fundos de um grande empreendimento imobiliário em Manhattan para duas empresas controladas pelo HFZ Capital Group, uma empresa imobiliária da qual ele era diretor administrativo.
“Os ativos foram desviados principalmente para cobrir défices financeiros em projetos não relacionados com a HFZ e, por vezes, para contas pessoais controladas por executivos da HFZ, resultando num défice de mais de 37 milhões de dólares”, disse o procurador.
Quando os problemas financeiros da HFZ se tornaram públicos através de uma série de ações judiciais, os investidores da HFZ “exigiram inspecionar os seus registos financeiros”, disse o procurador Bragg. Em um caso, Meir fez um contador inflar um extrato para mostrar que possuía US$ 24,6 milhões, embora houvesse apenas US$ 814.
A promotoria sustenta que a HFZ fraudou a cidade em mais de US$ 15,6 milhões pelo não pagamento de impostos nos anos fiscais de 2018, 2019 e 2020.
Meir frequentava regularmente o cenário social nova-iorquino, participava de inaugurações de galerias e, segundo a New York Magazine, era fã de carros luxuosos e de bons vinhos.
Além das acusações criminais, Meir enfrenta vários processos em Nova York por seu tempo à frente da HFZ, que foi um dos promotores mais proeminentes de Manhattan.