Suspeita de enriquecimento ilícito e de omitir declarações em documentos públicos, a presidente peruana, Dina Boluarte, está na mira da polícia. Durante a madrugada deste sábado, cerca de 40 agentes e promotores realizaram uma operação de busca em sua casa. O objetivo era revistar o endereço e apreender os relógios Rolex da mandatária. A procedência e aquisição dos itens de luxo não foram explicadas por Dina.
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Cerca de oito relógios de menor valor foram encontrados na operação. Em suas aparições públicas, Dina já foi vista com pelo menos três modelos de Rolex, que não foram ainda localizados pelas autoridades.
O primeiro e mais conhecido é um Rolex Datejust, com detalhes em ouro rosa na pulseira e na luneta, além de diamantes nos algarismos romanos IV (6) e IX (9) .
O segundo também é um Rolex Datejust. Dessa vez, no entanto, o item de luxo é feito de ouro branco e diamantes. O mostrador deste modelo é incrustado com diamantes e possui uma série de pequenas pedras do cristal ao redor da luneta.
Os valores dos Rolex Datejust da presidente variam entre US$ 15,2 mil (R$ 76,5 mil ) e US$ 22,5 mil (R$ 113,2 mil). Segundo o jornal peruano La República, Boluarte seria dona ainda de um terceiro Datejust conhecido como Oyster, de design mais esportivo.
No dia 29 de fevereiro de 2024, a presidente usava um Rolex Day-Date quando apareceu na inauguração do colégio Ricardo Palma, no bairro de Vichayal, Piura. Esse exemplar caracteriza-se por apresentar não só o dia do mês, mas também o dia da semana no topo. Veja abaixo:
O modelo Day-Date é apresentado pela Rolex em seu site oficial como "o 'relógio dos presidentes' do passado". O modelo exibido por Boluarte, dotado de uma pulseira de couro, pode custar entre € 9 mil (R$ 48 mil) e € 20 mil (R$ 108,45 mil).
A operação foi realizada depois que o Ministério Público não aceitou que a presidente pedisse o reagendamento de uma diligência marcada para o início da semana em que ela mostraria os relógios e seus recibos de compra.
Se for acusada, a presidente não poderá ser julgada até julho de 2026, quando termina o seu mandato, conforme estabelece a Constituição do país. A investigação, no entanto, pode seguir. O escândalo pode levar a um pedido de vacância (demissão) de Dina no Congresso, sob alegação de "incapacidade moral".