Jamaica inicia processo que pode levar ao rompimento com a monarquia britânica

Expectativa do atual governo é que questão seja resolvida até 2025; no ano passado, outra ex-colônia britânica do Caribe, Barbados, abandonou a realeza e se tornou uma república

Por O Globo e agências internacionais — Rio de Janeiro


A rainha Elizabeth II da Grã-Bretanha acena ao lado de Camilla, duquesa da Cornualha do príncipe Charles, Príncipe de Gales da Grã-Bretanha DANIEL LEAL / AFP

A ministra de Assuntos Constitucionais da Jamaica, Marlene Malahoo Forte, declarou ao parlamento do país nesta quinta-feira que o processo de reforma constitucional que pode levar ao rompimento da ilha caribenha com a monarquia britânica oficialmente já começou. Ao final desse processo, previsto para 2025, a Jamaica poderá se tornar uma república e deixar de ter Elizabeth II como rainha.

De acordo com Marlene Forte, o rompimento irá se dar em etapas e precisará contar com a maioria dos votos das duas casas do congresso jamaicano. Os jamaicanos também serão convocados a participarem de um referendo para decidir a questão.

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Na fala para o parlamento jamaicano desta quinta-feira, a ministra delineou o calendário da reforma constitucional. Um comitê será montado nos próximos meses para analisar a constituição do país, datada de 1962. Segundo o jornal jamaicano The Gleaner, Marlene Forte pediu ao líder da oposição que indique dois nomes para compor o comitê:

— O objetivo é, em última análise, produzir uma nova Constituição da Jamaica, promulgada pelo Parlamento da Jamaica, para estabelecer a República da Jamaica como uma república parlamentar, substituindo a monarquia constitucional e afirmando nossa autodeterminação e herança cultural — disse a ministra.

No final de 2021, a ilha caribenha de Barbados rompeu com a monarquia britânica. Barbados justificou o rompimento dos laços com Elizabeth II como um sinal de confiança e uma forma de finalmente romper com os demônios de sua história colonial.

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