Chilenos no Brasil aprovam nova Constituição por 518 votos a 448

Aprovação também ganhou na Europa e perdeu na Ásia

Por AFP


Eleitor deposita voto sobre proposta de nova Constituição do Chile em urna. CLAUDIO REYES / AFP

Os primeiros resultados do plebiscito sobre a nova Constituição no Chile, realizado neste domingo, mostram distâncias estreitas entre o apoio e a rejeição à proposta entre chilenos que vivem nos 64 países em que a consulta ocorreu no exterior. No Brasil, a aprovação venceu por 518 votos a 448.

O novo texto, de 388 artigos e elaborado durante um ano pela Convenção Constitucional, busca mudar um modelo ultraliberal herdado da ditadura de Augusto Pinochet e instituir um "Estado social de direito", em resposta às demandas expressas nas massivas manifestações sociais de outubro de 2019.

De acordo com dados consulares divulgados pela mídia local, na Oceania o voto a favor da proposta constitucional venceu na Austrália, com 67,1% dos votos, e na Nova Zelândia, com 76%. Entre os chilenos na Ásia, os resultados contrários à nova Carta Magna dominam. Na China, a rejeição foi imposta por 65%, na Malásia, por 54,6%. Nas Filipinas, foram 59,1% votos contrários; no Vietnã, 81,8%; em Cingapura, 64,2%; na Índia, 61,5%, e, em Israel, 78,7%.

No continente asiático, a aprovação só vence no Japão, com 67,4%, e na Coreia do Sul, com 63,7%. Na Europa, os primeiros resultados apontam para uma maioria de chilenos a favor da aprovação da nova Constituição em países como Alemanha, Suíça, Holanda, Itália, Croácia e Espanha. Na França, onde a aprovação obteve 82,5% dos votos, os eleitores aguardaram para votar numa escola secundária de Paris.

— É essencial mudar e aproveitar as oportunidades que nos são dadas — disse em Paris Karina Pinto, uma designer de 33 anos, à AFP.

No mesmo local, Renato Paveri, um homem de 73 anos que chegou ao exílio na França em 1974, disse que "a (Constituição) que (Augusto) Pinochet deixou trancada para sempre deve ser mudada por uma Constituição mais democrática".

No Chile, o voto é obrigatório, e mais de 15 milhões de pessoas são chamadas às urnas. No exterior, o ato é voluntário, e quase 100 mil eleitores têm o direito de votar. A rejeição à nova Constituição lidera todas as pesquisas no Chile há mais de um mês, porém a campanha pela aprovação mobilizou multidões, especialmente na capital Santiago, alimentando expectativas por uma vitória.

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