Guerra da Ucrânia: vídeo mostra momento em que trem russo cheio de mísseis explode

Rússia levava carregamento usado em navios de guerra para a frota do Mar Negro

Por O Globo e agências internacionais — Dzhankoi, Ucrânia


Imagens mostram o momento da explosão do carregamento de mísseis, que gerou uma bola de fogo na região Captura de tela/Twitter

Um trem russo, carregado de mísseis de cruzeiro, explodiu, nesta terça-feira, na cidade ucraniana de Dzhankoi, importante centro rodoviário e ferroviário para a Rússia. A explosão foi filmada por pessoas que passavam próximo ao local no momento da colisão do veículo. O armamento em questão viajava com destino à frota do Mar Negro.

O governo ucraniano confirmou a explosão de "vários mísseis de cruzeiro" na região, mas não divulgou a responsabilidade do episódio, informou o jornal britânico The Sun. De acordo com o país, as munições modelo Kalibr — projetadas para serem disparadas de navios de guerra e submarinos — tinham alcance operacional de mais de 2.414 km em terra e 374 km no mar.

— Uma explosão na cidade de Dzhankoi, no norte da Crimeia temporariamente ocupada, destruiu os mísseis de cruzeiro russos Kalibr-KN, enquanto eram transportados por trem — disse a Diretoria de Inteligência da Ucrânia. O órgão acrescentou que o caso segue "o processo de desmilitarização da Rússia e prepara a península ucraniana da Crimeia para a desocupação".

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, prometeu recapturar todas as terras ucranianas que a Rússia ocupa atualmente, incluindo a Crimeia. Uma base aérea militar russa está localizada perto de Dzhankoi, mesmo com a Ucrânia reivindicando a cidade. Localidades próximas, inclusive, foram transformadas na maior base militar de Moscou na Crimeia.

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Ataque foi a cerca de 80 km da cidade ucraniana de Odessa, às margens do Mar Negro

A Rússia tem usado, repetidamente, os mísseis Kalibr em ataques à Ucrânia. Essas armas são disparadas dos navios das Forças Armadas do país, situadas no Mar Negro.

Ihor Ivin, o chefe da cidade instalado pela Rússia, disse que a explosão foi causada por drones com estilhaços e explosivos. De acordo com ele, uma casa, uma escola e um supermercado pegaram fogo. Além disso, a rede elétrica foi danificada. Um civil, de 33 anos, também foi levado às pressas para o hospital, com ferimentos causados ​​por estilhaços de um drone abatido.

Um canal pró-guerra russo, do Telegram, afirmou que os destroços mostraram evidências de que um drone chinês Mugin-5 Pro havia sido usado no ataque. Oleg Kryuchkov, conselheiro do chefe da Crimeia instalado pela Rússia, afirmou que o ataque do drone tinha civis como alvo.

— Todos os drones visaram locais civis. Um foi atingido sobre a escola técnica Dzhankoi e caiu entre a área de instrução e uma residência estudantil — disse ele. Não há bases militares próximas. Os outros foram derrubados em áreas residenciais. Além de explosivos, cada um carregava estilhaços —complementou.

Sergey Aksyonov, o líder de Putin na Crimeia, afirmou que o ataque envolveu três drones. — O Serviço Federal de Segurança e o Ministério da Defesa estão agora trabalhando em Dzhankoi. O trabalho de restauração em Dzhankoi durou a noite toda — alegou. — No momento, tudo está sob controle total lá — garante.

Em julho do ano passado, um míssil de cruzeiro Kalibr lançado de submarino matou 23 pessoas – incluindo três crianças – na cidade ucraniana de Vinnytsia. A Rússia afirmou que o míssil foi direcionado a uma reunião de comandantes da força aérea ucraniana, e representantes de fornecedores de armas ocidentais.

O ataque a Dzhankoi ocorreu poucas horas depois que o presidente chinês, Xi Jinping, chegou para uma rodada de negociações com Putin, com o líder russo ansioso por ajuda para manter as tropas que se instalaram na Ucrânia há mais de um ano.

Falando em uma reunião "informal", o Vladimir Putin se referiu à guerra brutal como "crise aguda", ao dizer ao presidente chinês que saudava o plano para resolver a guerra. O líder russo disse a Xi que havia examinado as propostas da China para uma resolução do conflito na Ucrânia, e as via com respeito.

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