Em meio a tensão com EUA, Xi Jinping condena 'repressão' ocidental contra a China

Presidente chinês reconhece obstáculos nos últimos cinco anos que ameaçam desacelerar a ascensão econômica do país

Por AFP — Pequim


Xi Jinping, presidente da China Bloomberg

O presidente chinês, Xi Jinping, condenou na segunda-feira o que chamou de repressão ocidental à China impulsionada pelos Estados Unidos, em um discurso no Congresso Nacional do Povo (CNP, o Parlamento chinês), em Pequim.

— Os países ocidentais liderados pelos Estados Unidos lançaram uma política de contenção, cerco e repressão contra a China, que trouxe desafios severos sem precedentes ao desenvolvimento de nosso país— declarou Xi na sessão legislativa anual em Pequim, de acordo com uma publicação da agência estatal Xinhua na segunda-feira à noite.

O governante, de 69 anos, que deve entrar em seu terceiro mandato presidencial consecutivo, disse que surgiram obstáculos nos últimos cinco anos que ameaçam desacelerar a ascensão econômica da China.

Xi acrescentou que a China deve "ter a coragem de lutar diante de mudanças profundas e complexas no cenário local e internacional", segundo a versão em inglês do discurso aos delegados da Conferência de Consulta Política do Povo Chinês (CPPPC).

EUA derruba suposto balão espião da China

Pequim e Washington se enfrentaram nos últimos anos por causa de comércio, direitos humanos e outras questões, mas as relações pioraram ainda mais em fevereiro, quando os Estados Unidos derrubaram um balão chinês, afirmando ter sido usado para espionagem, algo que a China nega.

Altos funcionários dos EUA insistiram que a China poderia invadir Taiwan nos próximos anos, citando as manobras militares de Pequim em torno da ilha autônoma. A China considera Taiwan parte de seu território e promete retomá-la.

Veja fotos: China inicia exercícios militares inéditos em torno de Taiwan

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O incidente com o balão levou o secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, a adiar uma visita diplomática a Pequim, onde trataria de uma série de questões urgentes. Posteriormente, o presidente Joe Biden se pronunciou a respeito do incidente, reiterando não querer 'guerra fria' com China.

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