Omissão em casos de violência sexual e corrupção: veja outras polêmicas do Dalai Lama

Líder espiritual teria sido alertado sobre comportamentos abusivos em 1993, mas é acusado de inação

Por Letícia Messias


Dalai Lama Marcos Alves / Agência O Globo

RESUMO

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GERADO EM: 09/08/2024 - 16:17

Dalai Lama: Polêmicas e Críticas Sobre Condutas e Comentários

O Dalai Lama enfrenta polêmicas, desde omissão em casos de abuso até comentários controversos sobre mulheres e imigração. Alertas sobre comportamentos abusivos em 1993 e declarações provocativas geram críticas. A liderança espiritual tibetana é questionada por posturas perplexas e burstiness em diferentes questões.

Líder espiritual tibetano, Dalai Lama, de 87 anos, chamou atenção nas redes sociais nesta segunda-feira após o vídeo em que ele beija uma criança na boca e pede para que ela “chupe sua língua” ter viralizado. As imagens repercutiram internacionalmente, e ele chegou a pedir desculpas, mas o assunto reviveu outras polêmicas em torno do religioso. O caso ampliou até o interesse sobre o Tibete, região controlada pela China.

Em setembro de 2022, os jornalistas franceses Élodie Emery e Wandrille Lanos denunciaram a “lei do silêncio” envolvendo supostos abusos dentro da religião budista tibetana — e que vão desde violência sexual até corrupção financeira.

Os dois publicaram, à época, o livro “Budismo, a lei do silêncio”. Após investigar alguns dos centros budistas que se espalharam pelo Ocidente nos últimos 40 anos, eles conseguiram recolher o depoimento de 32 discípulos que relataram ter sofrido algum tipo de abuso, o que envolve no mínimo 13 mestres.

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Apesar de haver acusações substanciais, Dalai Lama e seu principal assessor e tradutor, Matthieu Ricard, teriam sido omissos. Os autores ressaltam, ainda, os “40 anos de silêncio” do líder espiritual, que já havia sido alertado sobre o comportamento abusivo de seus mestres em 1993, durante um encontro com outros membros europeus e americanos.

“Até agora, as autoridades espirituais tibetanas têm ignorado as vozes das vítimas, alegando repetidamente que o assunto não é de sua responsabilidade. Tentativas de dentro para abordar a questão do abuso sexual nas comunidades foram enfrentadas com frieza ou hostilidade direta”, escreveram os jornalistas.

‘Mulher deve ser atraente’

Em 2015, o religioso protagonizou outro momento controverso. Na ocasião, ao ser questionado sobre a possibilidade de ser sucedido por uma mulher, ele respondeu positivamente, mas afirmou que ela “deveria ser atraente, senão não seria de muito uso”.

O jornalista, então, questionou se Dalai Lama estava brincando, mas o monge respondeu: “é verdade”. Na mesma entrevista, ele disse que mulheres têm um “maior potencial biológico para mostrar afeição e compaixão”.

Anos mais tarde, em 2019, o tibetano repetiu os comentários sobre as mulheres à rede britânica BBC. Quando perguntado se ele achava que o interior de uma pessoa era mais importante do que a aparência, respondeu: “penso que ambos [são importantes]”.

Após a fala do religioso ter sido criticada, um pedido de desculpas foi publicado nas redes sociais. “Sua Santidade genuinamente não quis ofender. Lamenta profundamente que as pessoas tenham ficado ressentidas pelo que ele disse e oferece suas sinceras desculpas”, afirmou o comunicado.

‘Europa para os europeus’

Na mesma entrevista de 2019, ele deu sua opinião sobre o Brexit: para o monge, seria melhor se o Reino Unido permanecesse na União Europeia. A polêmica, no entanto, ocorreu quando foi questionado sobre refugiados africanos e imigrantes na Europa.

Como resposta, ele disse que as pessoas deveriam ser recebidas, educadas e treinadas, mas que deveriam voltar para os seus países — fala semelhante a que o tibetano havia dado em setembro de 2018, quando afirmou que “a Europa pertence aos europeus”.

— A Europa inteira vai eventualmente se tornar muçulmana? Impossível. Ou um país africano? Também impossível — disse.

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