Ultradireita sai na frente em votação sobre Constituinte no Chile

Partido Republicano, do extremista José António Kast, largou na frente na apuração dos votos neste domingo; Coalizão apoiada pelo presidente Boric está em 3°, com 30% das urnas apuradas, atrás da coalizão do partido do ex-presidente Sebastián Piñera

Por O Globo, com agências internacionais


Apoiadores do Partido Republicano comemoram começo promissor de apuração no Chile. Javier Torres/AFP

A ultradireita saiu na frente na eleição deste domingo para o conselho que discutirá a nova Constituição do Chile. Com 86% das seções eleitorais apuradas, o Partido Republicano, de José António Kast, e a direita tradicional, do ex-presidente Sebastián Piñera, somavam 56% dos votos, contra 37% dos partidos de esquerda e centro esquerda, que apoiam o presidente Gabriel Boric. Se confirmado, o resultado é uma derrota significativa para o líder chileno.

Projeções do jornal El Pais davam 23 das 50 cadeiras para os Republicanos, 11 para a coalizão de Piñera e 16 para a de Boric. Os eleitos definirão, na prática, o texto final da nova proposta de Constituição, que será apreciada em plebiscito em dezembro. Esta é a segunda tentativa em dois anos de substituir a Carta Magna aprovada pela ditadura de Pinochet.

Em setembro do ano passado, 62% dos eleitores rejeitaram a proposta redigida por Constituinte majoritariamente de esquerda. Boric, que apoiava a Carta, costurou acordo com os conservadores para o novo processo. Juristas já trabalham em texto-base, que será enviado para os eleitos na votação, 25 homens e 25 mulheres.

O objetivo dos partidos era o de atingir o número de 30 representantes, necessários para alterar o texto-base sem precisar de acordos para atingir o quórum de 3/5 — que, pelas regras definidas para o processo, é o mínimo necessário para propor alterações e revisões no texto dos especialistas.

A votação é considerada termômetro eleitoral para Boric, que perdeu rapidamente popularidade desde sua posse, em março do ano passado, ao não conseguir emplacar reformas e enfrentar cenário econômico desfavorável.

Mais recente Próxima General que prendeu Che Guevara na Bolívia morre aos 84 anos