Israel ataca 'alvos terroristas' do Hezbollah no Líbano e cresce temor de que conflito com Hamas se alastre

Irã alertou para uma possível 'ação preventiva' contra Israel 'nas próximas horas'

Por AFP — Tel Aviv


Soldados israelenses posicionam-se na cidade de Kiryat Shmona, no norte, perto da fronteira com o Líbano Jalaa MAREY/AFP

Israel realizou ataques noturnos contra "alvos terroristas" do Hezbollah no Líbano, informou seu Exército, na manhã desta terça-feira.

"O Exército de Israel está atacando alvos militares da organização terrorista Hezbollah no território libanês", diz o comunicado divulgado pelas Forças Armadas. Entre esses alvos está um banco que seria usado para financiar o grupo.

Ondas de fumaça se formam após bombardeio de Israel na vila de Dhaira, na fronteira com o sul do Líbano — Foto: AFP

Desde o início do conflito provocado pelo ataque sem precedentes do Hamas contra Israel, em 7 de outubro, os confrontos na fronteira israelense-libanesa deixaram cerca de dez mortos do lado libanês, a maioria combatentes, além de um jornalista da agência de notícias Reuters e outros dois civis. Do lado israelense, morreram pelo menos duas pessoas.

A comunidade internacional teme que o conflito entre Israel e o Hamas extrapole, envolvendo o grupo islamista pró-iraniano Hezbollah, aliado do grupo palestino.

Israel começou a retirar milhares de moradores de 28 cidades do norte do país após os confrontos fronteiriços.

'Ação preventiva'

Nessa segunda-feira, o Irã alertou para uma possível "ação preventiva" contra Israel "nas próximas horas", no momento em que o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu prepara uma ofensiva terrestre na Faixa de Gaza.

"Espera-se uma possível ação preventiva do eixo de resistência nas próximas horas", disse o ministro das Relações Exteriores iraniano, Hossein Amir Abdollahian, em uma transmissão ao vivo pela televisão estatal, ao comentar sua reunião de sábado, no Líbano, com o líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah.

Teerã tem advertido repetidamente que uma invasão terrestre de Gaza provocaria uma resposta de outras frentes, gerando temores de um conflito maior que envolva outros países.

Tanques do exército israelense, perto de Erez, em preparação para uma provável invasão por terra — Foto: Sergey Ponomarev/The New York Times

Mais cedo, nessa segunda, Amir Abdollahian e o presidente iraniano Ebrahim Raisi assinalaram que o tempo para alcançar uma solução política estava acabando e alertaram sobre a expansão da guerra entre Israel e Hamas para outras frentes.

O chanceler iraniano afirmou que "os líderes da resistência" não permitirão que Israel "faça o que quiser em Gaza".

Israel declarou guerra contra o grupo islamista palestino Hamas um dia depois que combatentes do movimento invadiram o território israelense, em 7 de outubro, e mataram mais de 1.400 pessoas, a maioria civis.

Em resposta, Israel vem bombardeando intensamente a Faixa de Gaza, matando pelo menos 2.750 pessoas, também civis em sua maioria.

Atualmente, Israel prepara uma incursão terrestre em Gaza, onde cresce o medo entre os palestinos bloqueados no território sob os ataques israelenses.

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