Palestino que teve filho executado em seu colo por Israel há 23 anos agora chora morte de dois irmãos

Imagens registraram Jamal al-Durrah protegendo seu filho Muhammad al-Durrah, em 30 de setembro de 2000; o menino de 12 anos morreu e passou a ser considerado mártir da Segunda Intifada

Por O Globo e agências internacionais — Gaza


Jamal al-Durrah protege seu filho Muhammad al-Durrah, em 2000, e lamenta morte de seus dois irmãos, em 2023 Reprodução

Jamal al-Durrah protagonizou uma das cenas mais emblemáticas dos conflitos entre israelenses e palestinos. Em 30 de setembro de 2000, ele ficou na linha de tiro ente os dois lados de um confronto armado e tentou proteger seu filho de 12 anos, Muhammad al-Durrah, que acabou assassinado. Passados mais de 23 anos, ele agora chora a morte de seus dois irmãos pela contraofensiva promovida pelas forças de Israel, depois que o Hamas promoveu atos terroristas em 7 de outubro.

Vídeo compartilhado neste domingo nas redes sociais pela pesquisadora Hanine Hassan, do Departamento de Oriente Médio da Universidade de Columbia, mostra Durrah se despedindo dos dois irmãos. Ele aparece agachado ao lado de dois corpos cobertos por lençóis brancos. De acordo com o jornal inglês Metro, tratam-se dos irmãos do palestino.

"Que Deus torne isso fácil para vocês", afirma ele em árabe no vídeo. "Adeus", acrescenta repetidas vezes.

Mártir da Segunda Intifada

As imagens de Durrah em 2000, agarrado ao filho, correram o mundo e ganharam as manchetes dos jornais. Nelas, o homem aparecia agachado junto ao menino escorado em um muro de concreto nos arredores da cidade de Netzarim, na Faixa de Gaza.

Toda a cena foi registrada pelo cinegrafista francês Talal Abu Rahma. Ao longo de 45 minutos, Durrah tenta esconder o filho dos tiros e o garoto grita de pavor.

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Após a execução de Muhammad, o menino passou a ser considerado mártir da Segunda Intifada. Na época, Durrah pediu vingança e que Israel fosse julgado pelo crime.

"Lanço um apelo ao mundo inteiro, a todos os países do mundo, para que atuem em relação ao crime que viram, que vinguem o que aconteceu e persigam na Justiça o Estado de Israel", afirmou na ocasião.

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