Brasil diz que operação de Israel em Rafah terá ‘graves consequências’

Região da Faixa de Gaza na fronteira com o Egito é último refúgio da população palestina

Por — Brasília


Bombardeio israelense em Khan Younis, no sul da faixa de Gaza AFP

O governo brasileiro divulgou uma nota, nesta terça-feira, na qual afirma que “grande preocupação” com o anúncio, por parte de autoridades israelenses, de preparação de nova operação militar terrestre na Faixa de Gaza, desta vez no Sul, na região de Rafah, na fronteira com o Egito.

“Tal operação, se levada a cabo, terá como graves consequências, além de novas vítimas civis, um novo movimento de deslocamento forçado de centenas de milhares de palestinos, como vem ocorrendo desde o início do conflito”, afirma nota divulgada pelo Itamaraty.

O governo brasileiro vê os início dos deslocamentos forçados de palestinos como "elemento indissociável" da crise humanitária vivida há quatro meses pela população de Gaza. O Itamaraty estima que 80% dos habitantes de Gaza tenham sido obrigados a deixar suas casas, e a maioria deles na direção de Rafah, indicada inicialmente como área segura pelas autoridades israelenses.

“O governo brasileiro reitera sua conclamação em favor da cessação das hostilidades e da libertação dos reféns em poder do Hamas como passos para a superação da crise humanitária em Gaza”, diz a nota, que reitera a posição do Brasil em defesa da solução de dois Estados.

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, ordenou na sexta-feira que seu Exército prepare um plano de retirada da população civil da cidade de Rafah, no extremo sul da Faixa de Gaza.

Rafah, que fica na fronteira entre Gaza e o Egito, é considerada o último refúgio de cerca de 1,5 milhão de pessoas — quase toda a população da Faixa de Gaza — que desde o início da guerra entre Israel e o Hamas deixaram o norte, o centro e outras cidades do sul do território palestino por conta de bombardeios e ações por terra do Exército de Israel.

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