Piloto russo achado morto após desertar para a Ucrânia era 'cadáver moral', diz espião-chefe da Rússia

Maxim Kuzminov foi encontrado sem vida em garagem subterrânea na Espanha

Por AFP — Moscou


Maxim Kuzminov participou de documentário do governo da Ucrânia Ministério da Defesa da Ucrânia

O chefe da espionagem russa disse nesta terça-feira que um piloto que desertou para a Ucrânia com um helicóptero militar e depois foi encontrado morto a tiros na Espanha era um "cadáver moral". Maxim Kuzminov voou com o seu helicóptero Mi-8 para a Ucrânia em agosto, dizendo que se opunha à ofensiva militar da Rússia.

Relatos da mídia espanhola apontam que Kuzminov foi encontrado morto a tiros na cidade de Villajoyosa, no sul do país, na semana passada, para onde se mudou depois de receber a cidadania ucraniana por ter mudado de lado no conflito.

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Um porta-voz da principal diretoria de inteligência da Ucrânia confirmou posteriormente que Kuzminov havia morrido, sem fornecer mais detalhes, informou a mídia ucraniana.

"Este traidor e criminoso tornou-se um cadáver moral no exato momento em que planejou seu crime sujo e terrível", disse nesta terça-feira Sergei Naryshkin, chefe do serviço de inteligência externa SVR da Rússia, segundo agências de notícias estatais de Moscou.

Ele não confirmou nem negou qualquer envolvimento russo na morte do ex-piloto.

Kuzminov serviu no "319º regimento de helicópteros", baseado na região russa de Primorye, no Extremo Oriente. Dois colegas militares que estavam no helicóptero não sabiam de seus planos e morreram quando tentavam fugir depois que ele pousou na Ucrânia.

A agência de inteligência de Kiev disse que vinha planejando a missão havia mais de seis meses.

As autoridades espanholas disseram que estão investigando a morte de uma pessoa encontrada com vários ferimentos à bala na semana passada, mas não conseguiram confirmar sua identidade.

"Na última terça-feira, uma pessoa foi encontrada morta com vários ferimentos de bala em Villajoyosa (Alicante). No decorrer da investigação, descobriu-se que a identidade que esta pessoa usava poderia ser falsa", disse uma porta-voz do Ministério do Interior espanhol à AFP.

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