Em crise diplomática com Israel, Lula volta a falar de Gaza e afirma que Brasil 'não tem contencioso com nenhum país'

Presidente ainda afirmou que vai agradecer ao primeiro-ministro de São Vicente e Granadinas, Ralph Gonsalves, pela mediação das tensões entre Venezuela e Guiana

Por — Brasília


Declaração conjunta do presidente Lula e do presidente da Guiana, Irfaan Ali Ricardo Stuckert/PR

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a falar nesta quinta-feira sobre o conflito na Faixa de Gaza, reafirmando sua defesa pela paz e ressaltando que o Brasil não tem "contencioso" com nenhum país do mundo. A declaração vem em meio a uma crise diplomática com Israel, deflagrada após Lula comparar as mortes da Faixa de Gaza com a morte de judeus por Adolf Hitler na Segunda Guerra Mundial.

— Todo mundo sabe que o Brasil é contra a guerra na Ucrânia, todo mundo sabe que o Brasil é contra o que está acontecendo na Faixa de Gaza, da mesma forma que fomos contra os atos terroristas do Hamas. E todo mundo sabe que o Brasil não tem e não quer contencioso com qualque país do mundo — afirmou o presidente.

Lula deu as declarações na Guiana, após uma reunião bilateral com o presidente Irfaan Ali. Nesta quarta-feira, Lula participou da sessão especial com chefes de governo da Comunidade do Caribe (Caricom) e mencionou o conflito no Oriente Médio. Na ocasião, Lula voltou a falar que está acontecendo um genocídio em Gaza e que a guerra "questiona o senso de humanidade" da população mundial.

Nesta quinta-feira, Lula embarca para São Vicente e Granadinas, onde participa da cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac).

Lá, o presidente adiantou que vai agradecer ao primeiro-ministro do país, Ralph Gonsalves, sobre o seu papel importante na mediação das tensões entre Venezuela e Guiana pela região de Essequibo, rica em petróleo e requisitada por Caracas.

— Presidente, você sabe que eu vou à Celac, em São Vicente e Granadinas, vou agradecer pessoalmente o presidente Ralph por ser um coordenador das conversas entre Guiana e Venezuela. E espero que a gente tenha uma reunião da Celac produtiva, harmoniosa e que todos nós saiamos de lá falando em paz, em prosperidade, alegria e amor e não em ódio.

Mais recente Próxima 30 mil mortos em 5 meses de guerra: Entenda como o Ministério da Saúde do Hamas calcula as vítimas em Gaza