Bélgica abre investigação sobre suposta 'interferência' russa no Parlamento Europeu

Inteligência belga acredita que a Rússia pretende eleger mais candidatos pró-russos durante as eleições de junho

Por AFP — Bruxelas


O primeiro-ministro da Bélgica, Alexander De Croo, em sessão plenária da Câmara no Parlamento Federal Jasper Jacobs / Belga / AFP

O primeiro-ministro da Bélgica, Alexander De Croo, anunciou nesta sexta-feira que promotores federais do país iniciaram uma investigação sobre a suposta "interferência" da Rússia em instituições da União Europeia, especialmente no Parlamento Europeu.

— Nossas autoridades judiciais confirmaram que essa interferência está sujeita à ação dos promotores — disse De Croo durante uma entrevista coletiva.

A investigação será feita a partir de denúncias sobre uma rede de influência financiada pela Rússia que teria corrompido membros do Parlamento Europeu para a divulgação de propaganda pró-Russia.

— Os pagamentos em dinheiro não aconteceram na Bélgica, mas a interferência sim — afirmou o chefe do governo belga.

Uma fonte da promotoria confirmou à AFP que a investigação formal foi aberta na quinta-feira, mas não forneceu detalhes.

De Croo apontou que, de acordo com os serviços de inteligência da Bélgica, a Rússia pretende "ajudar a eleger mais candidatos pró-russos" durante as eleições do Parlamento Europeu, realizadas de 6 a 9 de junho.

— Reforçar o discurso pró-russo dentro dessa instituição é extremamente preocupante — disse, acrescentando: — Como a Bélgica é a sede das instituições europeias, temos a responsabilidade de defender o direito de cada cidadão a um voto livre e seguro.

A questão da interferência russa nas eleições parlamentares estará na agenda da cúpula de líderes prevista para a próxima quarta e quinta-feira, em Bruxelas, informou o primeiro-ministro belga.

Em março, a República Tcheca anunciou a descoberta e desmantelado de uma rede financiada pela Rússia para promover propaganda sobre a guerra na Ucrânia.

Mais recente Próxima Promotor do Chile acusa Venezuela de encomendar assassinato de ex-militar opositor