Detentos em prisões venezuelanas encerram greve de fome, segundo ONG

População carcerária na Venezuela é estimada em cerca de 54 mil presos, segundo dados oficiais

Por AFP — Caracas


Prisão conhecida como Tocorón, uma das maiores da Venezuela Reprodução

Os presidiários de várias prisões da Venezuela suspenderam, nesta quinta-feira, a greve de fome que iniciaram no fim de semana, após o governo decidir atender às reivindicações, disse uma ONG que defende os seus direitos.

“Familiares de presos em diversas prisões do país confirmaram que os presos encerraram a greve de fome pacífica, iniciada no último domingo, 9 de junho” em 19 penitenciárias, indicou o Observatório Penitenciário Venezuelano (OVP) na rede social X.

"Os reclusos suspenderam a greve após “a revisão dos casos de alguns deles e das suas libertações nas últimas horas, conforme acordado com o Ministério do Serviço Penitenciário”, acrescentou a ONG.

Em várias dessas prisões, que foram ocupadas pelo governo no ano passado para acabar com gangues organizadas, os detidos denunciaram a corrupção de funcionários, atrasos processuais, superlotação, falta de revisão das penas e acesso limitado a alimentos.

A greve também contou com o apoio dos familiares dos presos, que protestaram em Caracas e outras cidades exigindo atenção aos detentos.

Sem mencionar a greve, o presidente Nicolás Maduro nomeou Julio García Zerpa como o novo Ministro do Serviço Penitenciário e ordenou-lhe que “acabasse com a corrupção” no sistema prisional.

García Zerpa prometeu “aprofundar mudanças estruturais” no sistema e, na véspera, anunciou o envio de funcionários de seu gabinete para centros penitenciários de Lara (oeste) e Carabobo (centro).

“Começamos imediatamente (…) a atenção aos privados de liberdade”, disse Zerpa. Ele habilitou um e-mail para responder às reclamações de familiares.

Segundo o ministro, no país existem 44 centros penitenciários e “mais de 400 centros preventivos ou esquadras policiais”.

Os defensores dos direitos humanos denunciam que, nesses centros de detenção preventiva, os detidos são mantidos em condições de superlotação, mesmo durante anos, quando por lei só deveriam permanecer alguns dias.

A população carcerária na Venezuela é estimada em cerca de 54 mil presos, segundo dados oficiais.

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