Rússia convoca embaixadora dos EUA em Moscou após culpar Washington de participar de ataque da Ucrânia na Crimeia

Bombardeio, que teria míssil americana, matou quatro pessoas, incluindo duas crianças, segundo autoridades russas, que prometeram 'consequências' aos americanos

Por O Globo, com agências internacionais — Moscou


Militar russo de guarda durante pouso do hovercraft 'Mordovia' durante uma exposição militar em parque em São Petersburgo Olga Maltseva/AFP

RESUMO

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GERADO EM: 24/06/2024 - 08:18

Tensões entre Rússia e EUA após ataque na Crimeia.

Rússia convoca embaixadora dos EUA após ataque da Ucrânia na Crimeia com suposta participação americana. Kremlin promete 'consequências' e acusa Washington de 'matar crianças russas'. Putin critica envio de armas para Ucrânia. Ucrânia defende ação militar.

A Rússia convocou a embaixadora dos EUA em Moscou e ameaçou Washington de possíveis "consequências" após um ataque ucraniano na Península da Crimeia que o Kremlin diz ter tido realizado com mísseis americanos. Autoridades russas afirmaram que quatro pessoas, incluindo duas crianças, morreram no bombardeio na península ucraniana, anexada por Moscou em 2014.

— É claro que a participação dos Estados Unidos nos combates, a participação direta, que leva à morte de cidadãos russos, tem de ter consequências. O tempo dirá quais — afirmou o porta-voz da Presidência russa, Dmitry Peskov, que se referiu ao bombardeio como "barbárie" e acusou Washington de "matar crianças russas".

O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia, por sua vez, convocou Lynne Tracy, embaixadora dos EUA em Moscou, para a informar sobre "medidas retaliatórias" contra Washington. Em um comunicado, a Chancelaria russa afirmou que os americanos “têm a mesma responsabilidade que o regime de Kiev por essa atrocidade”, e que o ataque “não ficará impune”.

A Rússia afirma que o bombardeio de Sebastopol, no domingo, foi realizado com mísseis ATACMS fornecidos pelos EUA e carregados com ogivas cluster (de fragmentação). Autoridades nomeadas por Moscou na Crimeia disseram que os mísseis atingiram uma área com praias e hotéis na cidade portuária.

Em uma reunião com a mídia internacional no início do mês, o presidente russo, Vladimir Putin, criticou o envio de armas de longo alcance para a Ucrânia pelas potências ocidentais.

— Se alguém pensa que é possível fornecer essas armas a uma zona de guerra para atacar o nosso território (...), por que não teríamos o direito de enviar armas do mesmo tipo para regiões do mundo onde poderão atacar instalações sensíveis? — disse Putin. — Ou seja, a resposta pode ser assimétrica. Vamos pensar nisso.

Autoridades ucranianas defenderam a ação militar que resultou no bombardeio. Mikhail Podoliak, um dos principais conselheiros do presidente ucraniano, sugeriu que a Crimeia era um alvo militar legítimo, enquanto o chefe de Gabinete da Presidência, Andrei Yermak, afirmou que a Crimeia é parte da Ucrânia. (Com AFP)

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