Navios militares russos chegam a porto venezuelano de La Guaira

Entre as embarcações da frota estão o petroleiro Akademik Pashin e o Almirante Gorshkov, a fragata mais avançada do país, em serviço desde 2018 e armado com mísseis hipersônicos

Por O Globo e agências internacionais — Caracas


Após visita a Cuba, fragata russa Almirante Gorshkov chega à Venezuela Reprodução

Quase duas semanas após quatro navios de guerra russos, incluindo um submarino movido a energia nuclear, chegarem ao porto de Havana, a frota chegou nesta terça-feira ao porto venezuelano de La Guaira, perto de Caracas, onde ficarão por “vários dias”, disse o Ministério de Defesa da Rússia em comunicado. O objetivo da presença na região é, segundo o órgão, “mostrar a bandeira russa e assegurar a presença naval em áreas e zonas operacionais importantes”.

Após a passagem pelo país, os navios continuarão o percurso nas águas do Oceano Atlântico. Entre as embarcações da frota estão o petroleiro Akademik Pashin e o Almirante Gorshkov, a fragata mais avançada do país. Em serviço desde 2018, o Gorshkov está armado com mísseis hipersônicos Zircon. Projetado para armar cruzadores, submarinos e fragatas, eles podem ser usados contra alvos marítimos e terrestres. O presidente russo, Vladimir Putin, promoveu o Zircon como uma arma capaz de penetrar qualquer defesa antimísseis, voando nove vezes mais rápido que a velocidade do som e com alcance de mais de 1.000 km.

A Rússia e a Venezuela têm fortes laços. Em fevereiro, o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, descreveu seu homólogo russo como seu “irmão mais velho” e afirmou que a reeleição de Putin era “um bom presságio para o mundo”. O próprio líder venezuelano é candidato à reeleição nas presidenciais de 28 de julho.

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"Eles não têm equivalente na sua categoria", disse Putin em uma cerimônia de hasteamento da bandeira em Severodvinsk

Antes de chegarem à Venezuela, os navios russos fizeram uma escala em Cuba, em meados de junho, acompanhados de um submarino nuclear e um rebocador. A incomum mobilização russa a cerca de 150 quilômetros da costa da Flórida, nos Estados Unidos, ocorreu em meio a tensões entre Washington e Moscou pelo conflito na Ucrânia. Na ocasião, tanto Cuba quanto autoridades americanas disseram que a iniciativa não representaria uma ameaça, embora ela tenha sido interpretada por analistas como uma tentativa de Moscou de demonstrar força.

O Ministério das Relações Exteriores cubano também disse que os navios russos, que ficaram na região até 17 de junho, não estavam com armas nucleares. Na sequência, Washington afirmou que estava “monitorando” a situação, indicando que o exercício militar faria parte de uma resposta mais ampla da Rússia ao apoio dos Estados Unidos à Ucrânia. As autoridades americanas completaram afirmando que a presença militar de Moscou era notável, mas não preocupante.

— Os navios de guerra russos visitantes são a maneira de Putin lembrar [ao presidente americano Joe] Biden de que Moscou pretende desafiar Washington em sua própria esfera de influência — disse à agência Reuters William Leogrande, professor da American University.

A visita também foi realizada um mês após o presidente cubano, Miguel Díaz-Canel, desejar sucesso a Moscou na guerra contra a Ucrânia. Na ocasião, Díaz-Canel condenou a “manipulação geopolítica” dos Estados Unidos e a “ameaça da Otan de se aproximar das fronteiras” russas. A relação política entre esses dois antigos aliados da Guerra Fria se revitalizou desde novembro de 2022, quando Díaz-Canel se reuniu em Moscou com Putin, que considera a relação com a ilha “estratégica”. (Com AFP)

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