Líder do Hamas morreu por explosão de bomba plantada em acomodação no Irã há meses, diz jornal americano

Segundo o New York Times, ainda não se sabe como o dispositivo foi escondido em um complexo fortemente vigiado pela Guarda Revolucionária iraniana na capital

Por , e , Em The New York Times — Tel Aviv, Washington e Nova York


Imagem de satélite mostra pousada dentro de complexo da Guarda Revolucionária do Irã em Teerã Maxar Technologies via The New York Times

Ismail Haniyeh, um dos principais líderes do Hamas, foi assassinado na quarta-feira por um dispositivo explosivo contrabandeado secretamente para a acomodação em que estava hospedado sob proteção da Guarda Revolucionária do Irã em Teerã, de acordo com sete autoridades do Oriente Médio, incluindo dois iranianos, e um funcionário do governo dos Estados Unidos.

A bomba havia sido escondida há aproximadamente dois meses no local, de acordo com cinco das autoridades do Oriente Médio. A acomodação para veteranos de guerra é administrada e protegida pela Guarda Revolucionária do Irã e faz parte de um grande complexo, conhecido como Neshat, em um bairro de luxo no norte de Teerã.

Haniyeh estava na capital iraniana para a posse presidencial. A bomba foi detonada remotamente, disseram as cinco autoridades, depois que foi confirmado que ele estava dentro de seu quarto na pousada. A explosão também matou um guarda-costas.

A explosão sacudiu o prédio, quebrou algumas janelas e causou o colapso parcial de uma parede externa, de acordo com as duas autoridades iranianas, membros da Guarda Revolucionária informados sobre o incidente. Esses danos também ficaram evidentes em uma fotografia do edifício compartilhada com o New York Times.

Haniyeh, que dirigiu o escritório político do Hamas no Catar, hospedou-se no local várias vezes quando visitou Teerã, de acordo com as autoridades do Oriente Médio. Todas as autoridades falaram sob condição de anonimato para compartilhar detalhes confidenciais sobre o assassinato.

Na quarta-feira, autoridades iranianas e o Hamas acusaram Israel pelo assassinato, uma avaliação que também foi feita por várias autoridades americanas que pediram anonimato. O ataque ameaça desencadear outra onda de violência no Oriente Médio e derrubar as negociações em andamento para acabar com a guerra na Faixa de Gaza, já que Haniyeh era um dos principais negociadores nas conversações de cessar-fogo.

Israel não reconheceu publicamente a responsabilidade pelo assassinato, mas as autoridades da Inteligência israelense informaram os EUA e outros governos ocidentais sobre os detalhes da operação logo após o ocorrido, de acordo com as cinco autoridades do Oriente Médio.

Não ficou claro como a bomba foi escondida na casa. As autoridades do Oriente Médio disseram que o planejamento do assassinato levou meses e exigiu ampla vigilância do complexo.

Israel decidiu executar o assassinato fora do Catar, onde Haniyeh e outros membros do alto escalão da liderança política do Hamas vivem. O governo do Catar está mediando as negociações entre Israel e o Hamas sobre um cessar-fogo em Gaza.

Mais recente Próxima Entenda estudo que indica vitória da oposição na Venezuela