Nota conjunta com cobrança a Maduro foi acertada em reunião de 40 minutos entre Lula e presidentes da Colômbia e do México

Comunicado pede divulgação de atas na Venezuela e solução pelas 'vias institucionais'


Presidente Lula no Palácio do Planalto Brenno Carvalho / Agência O Globo

A nota conjunta dos governos do Brasil, Colômbia e México sobre a Venezuela, divulgada nesta quinta-feira, foi acertada numa conversa de 40 ministros entre o presidente Lula e os líderes da Colômbia, Gustavo Petro, e do México, López Obrador. A conversa durou cerca de 40 minutos e foi acompanhada pelo ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e pelo assessor de assuntos internacionais da Presidência, Celso Amorim.

A nota pede para que sejam divulgados os documentos que mostrem como foi a votação na eleição realizada no último domingo. A nota pede também a solução do impasse eleitoral no país pelas "vias institucionais".

O presidente Nicolás Maduro foi considerado vitorioso pelo Conselho Nacional Eleitoral, mas a oposição protesta e afirma que seu candidato, o diplomata Edmundo González, venceu.

"Acompanhamos com muita atenção o processo de escrutínio dos votos e fazemos um chamado às autoridades eleitorais da Venezuela para que avancem de forma expedita e divulguem publicamente os dados desagregados por mesa de votação", diz um trecho da nota.

Petro já pediu pelas redes sociais que o governo de Nicolás Maduro permita um "escrutínio transparente" das forças políticas venezuelanas e dos órgãos de monitoramento.

Já o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou em entrevista não ver "nada de anormal" em relação à eleição na Venezuela. Apesar disso, o presidente brasileiro afirmou que para "resolver a briga" é preciso que as autoridades locais apresentem as atas de votação.

O Brasil e Colômbia estão entre os que se abstiveram, apesar de ambos os governos terem pedido a Maduro que o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) — responsável por organizar as eleições e dominado por uma maioria chavista — publicasse os boletins das urnas, cujos números vêm sendo objeto de contestação por parte da oposição, liderada por María Corina Machado.

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