Ex-'Malhação', atriz conta que mudou nome artístico para Cynthia Aparecida após 'jornada espiritual'


Cynthia Aparecida em 'Malhação' e atualmente TV Globo e Lucas Pinhel

Conhecida pelo papel de Krica de "Malhação", Cynthia Aparecida (que era conhecida como Cynthia Senek) conta que decidiu voltar a usar o seu nome de batismo após passar por uma verdadeira jornada de autoconhecimento. Ela diz que há um ano e meio ligou para o seu empresário, deu uma pausa em todos os projetos e resolveu ir em busca de si.

— Eu sou atriz há 22 anos, comecei a trabalhar e nunca mais parei. Chegou uma parte da minha vida em que sentia que faltava algo, que ainda tinha alguma coisa para eu descobrir. Nesse caminho de autoconhecimento e de estudo, entendi que faltava estudar a personagem mais importante da minha vida, que sou eu mesma. Me dediquei a várias personagens, dar vida a várias mulheres e percebi que a minha própria história ainda estava ali, por trás da atriz.

Ela explica que sempre negou o seu nome de batismo, mas, após uma jornada espiritual na Amazônia, descobriu que sua verdadeira essência está nele:

— Na minha jornada espiritual, realmente tive contato absoluto com uma parte minha que eu sempre neguei, que é o meu próprio nome. Quando eu nasci, recebi o nome de Cynthia Aparecida. Durante esse estudo profundo, um mergulho bem intenso na iniciação dos povos indígenas da Amazônia, eu tive muita proximidade com essa força, com essa divindade da floresta, que está ligada com a mesma força de Nossa Senhora Aparecida. Esse é um nome que eu sempre neguei e agora eu retorno tanto para a minha carreira quanto para a minha vida carregando e assumindo quem eu verdadeiramente sou. Cynthia Aparecida. Eu escondia esse nome a sete chaves.

A atriz ressalta que não aceitava o próprio nome por motivos religiosos:

— Eu carreguei toda a minha vida uma ideia negativa sobre imagens. A minha educação, a minha religiosidade começou na igreja católica e depois a gente foi para a igreja evangélica. Lá tinha uma visão muito forte de que não devemos cultuar as imagens, só Deus deve ser cultuado. A minha mãe sempre me apresentou que imagens não devem ser cultuadas. Eu tinha um certo medo. Naquela época, ainda não conseguia ver que tinha medo de mim mesma, na verdade. E tem também as minhas memórias como criança, na escola... As crianças faziam piadas, me chamavam de Cidinha, de Cidão. Aquilo ficou em mim.

Ela lançará ainda este mês um podcast chamado "Cynthonizar consciências". A primeira temporada terá oito convidados:

— Nosso primeiro convidado é o cineasta Aly Muritiba, um dos maiores da atualidade. Ele também tem uma visão muito espiritual. A arte e a espiritualidade andam juntas e de mãos dadas. Também teremos o Sri Prem Baba, que é um guru que tem um grande caminho a ser compartilhado. Outro convidado será o Mapu Huni Kuin, que é um líder espiritual do movimento indígena, luta em causas pela terra, é ator e terminou agora a novela "Terra e paixão".

Cynthia também está escrevendo um livro:

— O processo de escrever o livro é o meu retorno às raízes. Ele vai se chamar "Aparecida" e vai contar não só a minha história, mas a dessa santa que traz tanta fé para esse país.

O último trabalho dela como atriz foi a série "Vicky e a musa", do Globoplay. Ela conta que já tem outros projetos em vista: — A atuação é o principal dom que Cynthia Aparecida recebeu e não faria sentido algum deixar para trás por qualquer motivo. Então, estou aberta para novos projetos, já existem projetos acontecendo neste momento, mas não me sinto tão confortável de revelar detalhes, pois ainda não há certeza absoluta — explica.

Cynthia Aparecida, ex-Cynthia Senek, em 'Malhação', como a personagem Krica — Foto: Globo/Divulgação
Cynthia Senek agora usa o nome Cynthia Aparecida — Foto: Lucas Pinhel
Cynthia Aparecida passou por processo de autoconhecimento na Amazônia — Foto: Lucas Pinhel
Mais recente Próxima Reynaldo Gianecchini fala do filme 'Uma família feliz', da desconstrução da imagem de galã e das críticas após ser escolhido para viver drag no teatro