Daniel Del Sarto estreou na TV aos 27 anos, no seriado "Sandy & Junior" (2001), na TV Globo. De lá para cá, o ator participou de várias novelas e atuou por um longo período com Renato Aragão nos humorísticos "Turma do Didi" e "As Aventuras do Didi". Seu último trabalho na televisão foi uma participação no humorístico "Tô de graça" (2020), do Multishow. Hoje, prestes a completar 50 anos — ele faz aniversário em setembro —, ele tem se dedicado à música, ao teatro e ao seu canal no YouTube, onde faz entrevistas com personalidades.

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Ele criou o espetáculo "Anos 80 — Uma experiência Ploc", uma parceria com Luciano Viana, criador da Festa Ploc. Os dois também fizeram juntos o show "Del Sarto canta novelas". Recentemente, o ator também fez a peça "O Pequeno Príncipe in Concert". No YouTube, comanda o programa "Pense muito bem". Depois de tanto tempo sem atuar na TV, ele diz que sente saudades:

— Sinto muita falta. Mas é que nem relacionamento. Quando a gente é jovem, o relacionamento acaba, e parece que ele era muito mais legal do que de fato era. Ficam as lembranças boas. O que me faz muita falta é ver o trabalho no ar, porque o teatro tem essa coisa mais rarefeita, de você viver uma grande experiência com quem está ali, mas aquilo não ser registrado.

Daniel é casado com a cirurgiã plástica Hazel Fischdick, com quem tem uma filha, Alice, de 3 anos.

— A gente teve duas perdas gestacionais. Foi bem difícil. Para a Hazel foi até mais fácil, porque ela é médica. Ela tem um outro entendimento das coisas. A gente levou com união e perseverança. Era um sonho para mim ser pai de menina — conta ele, que diz ver na filha aptidão para a carreira artística: — Quando a gente tem filho, a gente é treinador. Não vamos dizer o que eles vão fazer. Eu quero que ela seja realizada. Mas, se você me perguntar o que eu gostaria, eu diria que, se ela puder não ter que ouvir tantos "não", eu preferiria. É um peso que você carrega. A gente tem muitas alegrias, mas a carreira artística também é difícil. Se ela quiser, demonstra muito essa aptidão.

Desde que começou a carreira, Daniel sempre teve fama de galã. Ele conta que não se incomoda com isso:

— Não me incomoda em nada, até porque eu sempre fui o patinho feio. Eu tinha sotaque de paulista quando me mudei para o Rio, com 5 anos de idade. Na escola, eu era o "paulistinha viadinh*". Eu sempre gostei de estar junto das meninas, sempre namorei muito, mas eu nunca me senti um cara bonito até eu ter 27 anos e fazer novela. Mas mesmo assim eu nunca me senti um galã. Depois eu entendi um pouco que isso tinha uma representação do ponto de vista da carreira, onde você pode ou não estar encaixado. Eu já ouvi no início da carreira: "Você é muito bonito, como quer ser bom ator?". Mas eu não quero nem ser muito bonito nem bom ator. Eu sou ator, sou o que eu sou. Esse tipo de coisa nunca me afetou a não ser no sentido de evidenciar para mim o grande preconceito que existe. Eu sempre trabalhei com pessoas muito famosas, como a Sandy, o Renato Aragão. E eu sempre escutei perguntas como: "É verdade que a Sandy é chata?", "é verdade que o Junior é gay?", "é verdade que o Renato é grosso?". Antes de qualquer admiração sempre vinha alguma coisa negativa. É um vício nosso enquanto sociedade. Eu faço de tudo para ir contra isso. E os rótulos têm um pouco a ver com isso também.

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Quanto à forma física, Daniel conta que só começou a treinar quando foi escalado para a novela "Pecado Mortal", de Carlos Lombardi, na Record. Ele diz que, hoje em dia, não vê mais sentido em manter um corpo muito musculoso:

— Eu perdi dez quilos nessa época e de repente tive um corpo que eu nunca tinha tido. Hoje eu tomo cuidado com o que como, mas sou muito equilibrado. Durante nove anos eu tentei manter o corpo que eu conquistei para aquela novela. Mas teve um momento em que eu falei: "Eu sou pai de uma criança, eu vou fazer 50 anos". Eu não bebo, mas eu gosto de comer. Então, para ter aquele corpo que eu tive, com, sei lá, 10% de gordura, todo recortado, eu vou ter que ter muitas privações. E eu não vejo mais necessidade disso. Eu sou ator, sou um cara das palavras, da poesia. Eu faço teatro e consigo pular. É importante ter equilíbrio, mas eu não quero mais ser um modelo de corpo. Eu abandonei isso. Se tiver um personagem que precise, em seis meses eu vou estar trincado. Mas, não preciso ficar me matando e me privando no dia na dia.