Bolsonaro pede votos em culto evangélico em SP e diz que Lula é 'inimigo'

Em busca de votos na região, Bolsonaro pediu para que fiéis conversem com nordestinos para alertar sobre os supostos perigos do petismo

Por Ivan Martínez-Vargas — São Paulo


Bolsonaro junto ao governador Rodrigo Garcia durante a viagem desta terça a São Paulo Reprodução

O presidente Jair Bolsonaro (PL) pediu votos em um culto da Assembleia de Deus Ministério de Madureira, na zona leste de São Paulo, na noite desta terça-feira, e afirmou aos fiéis que “o outro candidato” não é seu adversário político, mas sim inimigo, em referência ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Ovacionado por milhares de fiéis, Bolsonaro falou por 15 minutos. Em seu discurso, sem citar nominalmente Lula ou o PT, voltou a comparar o petismo ao comunismo e a associá-lo a regimes de esquerda na América Latina. Criticou, por exemplo, Venezuela, Argentina, Chile, Colômbia e Nicarágua.

— Todos esses países que eu citei, esses chefes de Estado têm em comum com uma pessoa que busca agora uma eleição aqui no Brasil, que é nosso, não adversário político, mas inimigo de tudo o que há de bom em nossa pátria — disse Bolsonaro.

O presidente voltou a insinuar que o petismo é contra o funcionamento de igrejas no país.

Bolsonaro lembrou que sofreu uma derrota maiúscula na eleição nos estados do Nordeste e pediu para que os evangélicos conversem com nordestinos em São Paulo para alertar sobre os supostos perigos do petismo.

— Tivemos agora por ocasião das eleições uma derrota grande no Nordeste, a culpa não é do povo nordestino. (...) Como São Paulo é a cidade que tem o maior número de nordestinos no país, peço a vocês que entrem em contato com nossos irmãos do Nordeste e falem para eles para onde nós poderemos ir, para que eles não embarquem nessa canoa (do petismo) — afirmou.

Bolsonaro foi recebido pelo bispo Manoel Ferreira, de 90 anos, presidente da Convenção Nacional das Assembleias de Deus no Brasil e bispo primaz das Assembleias de Deus Ministério de Madureira, e pelo seu filho, o bispo Samuel Ferreira.

No início do culto, Samuel Ferreira pediu a palavra e ameaçou processar órgãos de imprensa que estivessem no local e publicassem reportagens sobre o culto. Durante a cerimônia, seguranças vigiavam os fiéis para que não gravassem ou tirassem fotos de Bolsonaro.

Manoel Ferreira pediu, por diversas vezes, votos para Bolsonaro, prática vedada pela legislação brasileira.

— Quero dizer a vocês que hoje nós estamos iniciando esta grande caminhada nesses dias que antecedem o pleito. Nós contamos com o trabalho, a luta, o voto e toda a disposição que você puder fazer no estado de São Paulo — disse bispo Manoel ao microfone antes de passar a palavra a Bolsonaro. Depois da fala do presidente, voltou a pedir votos.

O candidato bolsonarista ao governo de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), também discursou na cerimônia. Também estavam no local a primeira dama Michelle Bolsonaro, os senadores eleitos por São Paulo, Marcos Pontes (PL), e pelo Distrito Federal, Damares Alves (Republicanos), a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) e o pastor Silas Malafaia.

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