Lira defende autonomia do Banco Central e diz que isso 'dificilmente retroagirá'

Lira também explicou o porquê de se opor à possibilidade de transferência do Coaf

Por Gabriel Sabóia — Brasília


O presidente da Câmara, Arthur Lira, durante sessão Bruno Spada/Câmara dos Deputados

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), afirmou nesta quinta-feira que o Banco Central "tem, na sua autonomia, uma marca mundial" e que dificilmente isso "retroagirá", ao comentar a possibilidade de uma proposta de interferência na autonomia do BC ser aceita pelo Congresso.

As declarações foram dadas durante uma visita dele a uma feira rural em Cascavel (PR), em meio aos às críticas que têm sido feitas pelo presidente Lula à autonomia do BC e à condução da política monetária pelo presidente da instituição, Roberto Campos Neto.

Líderes governistas têm ecoado as queixas de Lula sobre a decisão do BC de manter a taxa Selic em 13,75%, o maior valor desde janeiro de 2017 para combater a alta da inflação. O governo já começou a estudar mudança nas metas de inflação até 2025.

-- O Banco Central independente é uma marca mundial e o Brasil precisa se inserir neste contexto. Tecnicamente, o Banco Central independente foi o modelo escolhido pelo Congresso e dificilmente retroagirá, é o que tenho escutado e a maioria do plenário pensa -- afirmou. 

Já elencada por Lira anteriormente como uma de suas prioridades, a análise da medida provisória de Lula que transferiu o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) do BC para o Ministério da Fazenda será feita em breve. Ao explicar o porquê de ter se oposto à possibilidade de transferência do Coaf para o Ministério da Justiça durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), Lira usou uma metáfora do futebol.

- O bom árbitro de futebol não tem a mãe xingada, ele passa desapercebido. Assim como o Coaf, que é um órgão técnico que tem que ir atrás de operações irregulares - afirmou.

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