Bolsonaro no TSE: ‘A partir de agora, sou um cabo eleitoral de luxo’, diz ex-presidente

Ex-mandatário afirma que foi julgado pelo 'conjunto da obra'

Por Gabriel Sabóia — Brasília


Jair Bolsonaro Cristiano Mariz/ Agência O Globo

O ex-presidente Jair Bolsonaro criticou nesta sexta-feira a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que, por cinco votos a dois, o condenou por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação e declarou sua inelegibilidade. O ex-mandatário afirmou que foi julgado pela “conjunto da obra” e que a partir de agora será um “cabo eleitoral de luxo”.

— A partir de agora sou um cabo eleitoral de luxo. O Brasil fica de luto com esta decisão, alguém vai ganhar quase por W.O. em 2026, mas isto não é democracia. O meu recurso será ao Supremo Tribunal Federal. Não vou largar a luta pelo Brasil, tenho uma filha de 12 anos que quer crescer aqui, a nossa luta continua e queremos fazer muitos prefeitos no ano que vem. No meu caso, me tiraram da Presidência e julgaram pelo conjunto da obra, mas a minha obra mesmo é entregar esse país com números melhores dos que eu peguei. Estou sendo condenado por inquéritos não concluídos pela Polícia Federal, como o do 8 de janeiro.

Sobre o nome que poderá substitui-lo nas urnas em 2026, o ex-presidente desconversou. Um grupo de aliados defende a candidatura do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas — o chefe do Executivo de Minas Gerais, Romeu Zema, também vem sendo citado.

— Vocês perguntam se tivesse que escolher entre Zema ou Tarcísio? Neste momento, escolho por Jhonny Bravo (como se autointitula por ter as mesmas inicias). Também não vou falar sobre bala de prata. Devem procurar Lula, (Daniel) Ortega e (Sergio) Moro para brindar.

Facada pelas costas

Bolsonaro acrescentou que foi alvo de um "massacre" durante o processo eleitoral.

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— Me tiraram da Presidência, com um massacre em cima de mim, e com o TSE trabalhando contra as minhas propostas. Fui proibido de muitas coisas, como (atacar) o boné do CPX (usado por Lula na campanha), de mostrar o Sete de Setembro. Os que trabalharam contra mim hoje se gabam de uma vitoria sobre "um ditador". Eu respeitei a Constituição. Esse esforço não teve o valor reconhecido. Não gostaria de ser inelegível, mas na política ninguém mata e morre. Aqui em Minas, tomei uma facada na barriga, e hoje levei uma facada nas costas por suposto abuso de poder político. Se em 2018 tomei uma facada pela frente, hoje a democracia leva uma punhalada pelas costas

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