Jean Wyllys defende que Lula não concorra à reeleição e apoie Simone Tebet em 2026: 'Já deu'

Ex-deputado avalia que a ministra do Planejamento dispute o pleito com Silvio Almeida como vice de chapa

Por — Rio de Janeiro


O presidente Lula ao lado do ex-deputado Jean Wyllys; Willys em entrevista ao podcast 'Futeboteco' Ricardo Stuckert e Reprodução

O ex-deputado federal Jean Wyllys (PT) defendeu na última sexta-feira que o presidente Lula (PT) não dispute a reeleição em 2026 e seja "cabo eleitoral" da ministra do Planejamento, Simone Tebet (MDB). Segundo o ex-parlamentar, já passou da hora do PT deixar o protagonismo. As declarações foram dadas em entrevista ao podcast 'Futeboteco'.

— Eu acho que Lula não deveria se candidatar em 2026. Já deu. A figura dele já não tem mais a força. Acho que Lula pode ser cabo eleitoral, mas também não precisa ser o Haddad, que não tem essa popularidade — iniciou Wyllys.

Em seguida, o petista indicou o nome de Tebet. Em sua avaliação, a ex-senadora deveria concorrer com o ministro dos Direitos Humanos, Sílvio Almeida, enquanto vice-presidente da chapa.

— Acho que era a hora do PT sair desse protagonismo e ir para a retaguarda, apostar no nome de Simone Tebet como candidata de cabeça de chapa e colocar Sílvio Almeida como vice. Simone Tebet tem um diálogo com a centro-direita, com as classes dominantes. Ela é ruralista, mas ela é uma mulher. O PT vai tá com ela e tem Sílvio que representa a luta contra o racismo — afirmou.

Nas eleições de 2022, Tebet concorreu à Presidência e ficou em terceiro lugar, com 4,16% dos votos. No segundo turno, declarou apoio ao petista. Após a vitória de Lula, integrou a transição de governo e está no Ministério do Planejamento desde a posse.

Apesar das declarações, Jean Wyllys reconheceu que este cenário pode não se concretizar, uma vez que o PT tem o costume de apostar em uma candidatura própria nas eleições majoritárias e citou a "vaidade" de Lula.

Governo de centro-direita

Também no podcast, Jean Wyllys fez críticas à gestão presidencial, caracterizando-a como um governo de centro-direita. Neste contexto, elogiou os ministros Anielle Franco (Igualdade Racial), Sonia Guajajara (Povos Indígenas) e Silvio Almeida (Direitos Humanos), mas afirmou que eles não possuem expressão política.

— Ele construiu uma frente ampla e para manter a paz, ele não quer problemas. As pessoas que representam a agenda do século XXI são meramente emblemáticas. Elas não participam da real política, não tem força dentro do próprio governo: Anielle Franco, Sonia Guajajara, Silvio Almeida.

Apesar das críticas, reconheceu que um governo de centro-direita é um avanço em relação à última gestão, do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), a qual enquadra na extrema-direita.

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