PT tira André Ceciliano do governo Lula para tentar emplacar como vice de Paes no Rio

Em conversa, presidente teria sinalizado vontade de compor chapa à prefeitura carioca neste ano


Paes com André Ceciliano, secretário de Assuntos Federativos do governo Lula e um dos cotados como vice Divulgação

O secretário de Assuntos Federativos da Secretaria de Assuntos Institucionais, André Ceciliano, irá deixar o cargo até quarta-feira para ficar à disposição do PT. A legenda trabalha para tentar emplacá-lo como vice na chapa do prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD).

Paes esteve no Palácio do Planalto em reunião com Lula na última quarta-feira. Na conversa, o presidente teria sinalizado que gostaria de ter Ceciliano, ex-presidente da Alerj, como candidato a vice nas eleições de outubro. Na leitura de interlocutores do presidente, Paes teria dito que as portas estavam abertas, sem dar uma resposta definitiva. O gesto de Paes teria animado Ceciliano.

Até o momento, o prefeito do Rio trata o deputado federal Pedro Paulo (PSD) como favorito para ser seu vice nas eleições de outubro. O motivo da cobiça pelo posto é fácil de entender: caso Paes seja reeleito e tente o governo do Rio em 2026, caberá ao vice assumir a prefeitura da capital fluminense por dois anos. O PT nunca comandou a prefeitura do Rio.

Apesar de Paes ter se mostrado simpático ao nome de Ceciliano, a cúpula do PT avalia que o prefeito vai segurar a escolha do seu vice até a data limite do prazo. Os candidatos têm até 15 de agosto para registrar os nomes das chapas na Justiça Eleitoral.

Procurado, Ceciliano falou sobre a saída, e disse "obedecer" às decisões da cúpula petista. Para ser candidato, o aliado de Lula precisa ser exonerado até o dia 5, quarta-feira, prazo estipulado pela Justiça Eleitoral.

— Seguirei à disposição do partido, do ministro Padilha e do presidente Lula para exercer, sempre, o melhor trabalho possível — disse ao GLOBO.

De acordo pessoas com ligadas ao ministro Alexandre Padilha, a favorita para assumir o posto é a secretária adjunta da SRI, Juliana Pinto Carneiro. A pasta de Ceciliano é responsável pela interlocução com prefeitos e governadores.

A manobra petista que tira Ceciliano do Planalto, ainda que temporariamente, também agrada ao político fluminense por outro motivo. O filho dele, Andrezinho Ceciliano, será candidato à prefeitura de Paracambi, no interior do estado e, longe de Brasília, caberia ao ex-presidente da Alerj a coordenação da campanha do seu primogênito.

Procurado para falar sobre a movimentação, Paes não respondeu.

A possibilidade de escolha de um petista para vice de Paes divide até mesmo a cúpula do partido. Um dos integrantes da executiva nacional, o deputado federal Washington Quaquá (RJ) já declarou ser favorável à aliança com Paes, visando a construção de um palanque sólido para Lula em 2026, mesmo sem a indicação de um vice.

Outros nomes, como o deputado Lindbergh Farias e a presidente Nacional do PT, Gleisi Hoffmann, dizem que o partido deve condicionar o apoio à definição.

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