Sem Nunes e Tarcísio, Lula não assina contrato do metrô em agenda em SP

Presidente disse que não seria possível assinar o documento na ausência do prefeito da capital e do governador. Chefe do Executivo não cita nome de Boulos para 'não ser multado'

Por — São Paulo


Lula em evento no Jardim Ângela, na Zona Sul de São Paulo Edilson Dantas/Agência O Globo

RESUMO

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GERADO EM: 29/06/2024 - 18:14

Lula anuncia obras do metrô em SP com Boulos presentel.

Lula anuncia obras do metrô em SP, mas não assina contrato devido à ausência do prefeito e do governador. Boulos marca presença no evento e Lula promete investimentos culturais na Zona Sul da cidade. Boulos não é citado para evitar multa.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou a obra de expansão da Linha 5-Lilás até o Jardim Ângela, na Zona Sul de São Paulo, mas não assinou o contrato das obras diante da ausência de do prefeito Ricardo Nunes (MDB) e do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos). Nunes é pré-candidato à reeleição e será adversário de Guilherme Boulos (PSOL-SP), a quem o presidente apoia na corrida eleitoral.

Sem Lula, porém, Tarcísio e Nunes haviam assinado um contrato para as mesmas obras no último dia 21 de junho. Por nota, o governo Tarcísio disse que “não cabe ao Lula” a assinatura do contrato.

— A gente ia assinar hoje o contrato da estação do metrô para chegar aqui. Mas o prefeito, que nos deu o terreno não veio, nem o governador. O ministro da Cidade e a Caixa Econômica Federal resolveram não assinar porque é importante fazer isso com o governador e o prefeito — disse. — Para nós, quando a gente quer fazer investimento, a gente não se preocupa de qual partido é o governador. A gente se preocupa se o povo daquele estado, daquela cidade, precisa do que a gente faz.

A obra conta com verbas do governo do estado e do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (Novo PAC), do governo federal. Procurada, a secretaria de Comunicação da Presidência (Secom) informou que a fala do petista "em nada afeta" o andamento do projeto.

Em nota, o governo do estado de São Paulo reafirmou que o contrato em questão já havia sido assinado. “O contrato aditivo da expansão da linha 5-Lilás do Metrô até o Jardim Ângela já foi assinado pelo Governo de SP no último dia 21. A concessão é estadual e a obra está estimada em R$ 3,4 bilhões”. Ainda segundo a nota, é o governo do estado o responsável pela execução da obra, em conjunto com a concessionária, e “aguarda manifestação sobre o status do financiamento no âmbito do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC)”.

O presidente anunciou também a construção de outra unidade do Instituto Federal de São Paulo na região, e a construção de um novo Hospital Universitário em Santo Amaro.

Assim como na agenda da manhã, o pré-candidato à prefeitura Guilherme Boulos (PSOL) e a sua vice, Marta Suplicy (PT), repetiram a presença no palanque do petista pela tarde. O deputado federal foi cauteloso, mais uma vez, em sua fala e não citou a campanha municipal.

— Precisou o presidente Lula voltar à presidência da República para liberar recurso para fazer a estação Jardim Ângela do Metrô — afirmou.

Ao ouvir os gritos da plateia por Boulos, Lula disse que não poderia citar o nome do deputado pois já havia sido multado. Em decisão proferida no último dia 21 pela Justiça Eleitoral, o presidente terá de pagar R$ 20 mil de multa, e Boulos, R$ 15 mil, por elogios ao deputado durante o evento de 1º de maio.

— Eu não posso falar o nome do Boulos, porque já fui multado uma vez. Não posso falar — explicou o presidente.

Lula no Jardim Ângela, na Zona Sul de São Paulo — Foto: Edilson Dantas/Agência O Globo

Diferente da agenda de manhã, o ex-governador de São Paulo e atual vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) tomou a palavra:

— O governo do povo voltou com o presidente Lula — disse.

O presidente falou sobre sua relação com a Zona Sul de São Paulo e fez promessas.

— Esse povo daqui não vai ao cinema porque não tem cinema aqui. Não vai ao teatro porque não tem teatro aqui. Eu vou acertar com a nossa ministra da Cultura pra gente fazer um teatro, um cinema aqui — prometeu.

A ideia, contudo, logo rumou para tornar-se um centro cultural ligado à Caixa Econômica Federal.

— Acabamos de lançar uma universidade na Zona Leste, porque não pode ter uma aqui?

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