A Rádio Fluminense FM, conhecida como “Maldita”, desafiou as normas estabelecidas e redefiniu o cenário das FMs no Brasil. Seu estúdio, situado no Centro de Niterói, foi o epicentro de uma revolução cultural que reverberou por décadas. A estação inovou ao adotar exclusivamente mulheres na locução e uma programação autêntica e inclusiva. Além disso, foi a primeira rádio brasileira dedicada ao rock, lançando nomes como Blitz, Paralamas do Sucesso, Titãs, Legião Urbana e Barão Vermelho. A rádio encerrou as atividades em 2005 e virou história, que agora virou filme.
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“Aumenta que é rock ’n’ roll” ganhará vida nas telonas a partir de quinta-feira (25). Produzido por Renata Almeida Magalhães, o longa tem roteiro de L.G. Bayão e direção de Tomás Portella. Ele mergulha nas memórias e retrata o surgimento da estação, fundada em 1982 pelo jornalista Luiz Antonio Mello, com o apoio do amigo Samuel Wainer Filho.
O roteiro oferece uma perspectiva do contexto histórico da década de 1980, destacando o auge do rock nacional e a atmosfera de euforia que marcou a redemocratização política do Brasil após mais de duas décadas de regime militar.
— É um filme sobre o poder transformador dos jovens e da esperança no futuro. A década de 1980 estava caminhando para uma nova compreensão de país e saindo de um período bastante obscuro. A produção traz a perspectiva de como um grupo onde o mais velho tinha 28 anos chacoalhou nossa cultura e mudou muito a forma como vemos e, principalmente, escutamos o mundo — diz o diretor, Tomás Portella.
O longa-metragem, inteiramente gravado em Niterói, foi inspirado no livro autobiográfico “A onda Maldita”, de Luiz Antonio Mello, que será interpretado pelo ator Johnny Massaro. Já Samuel Wainer Filho será vivido por George Sauma. Há cenas na Avenida Amaral Peixoto, na Rodoviária Roberto Silveira e na Praia de Itacoatiara.
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O filme mostra o dia a dia de um grupo de jovens produtores, repórteres e locutores que decidiram desafiar a mesmice que ditava o padrão das rádios da época e se desdobraram para mantê-la no ar. Conta também os bastidores do Rock in Rio de 1985.
— Este é um projeto que começou há muitos anos, quando descobri que os anos 1980 eram “de época” e levei um susto. Então me deu uma vontade enorme de fazer um filme que retratasse a minha geração, especialmente ali do final dos anos 1970 até meados dos anos 80, quando pensávamos que tudo ia dar certo, não só no Brasil como no mundo — diz Renata.
Trilha sonora de ex-Legião
A trilha sonora de Dado Villa-Lobos, que também é personagem da história por ter integrado o grupo Legião Urbana, é um dos destaques do filme, e promete fazer o público vibrar com os sucessos da década de 1980.
Clássicos do rock nacional como “Você não soube me amar”, da banda Blitz; “Geração Coca-Cola”, da Legião Urbana; “Meu erro” dos Paralamas do Sucesso; e “Aumenta que isso aí é rock ’n’ roll”, de Celso Blues Boys, são lembrados na trilha.
— Em um filme sobre uma rádio, existe a necessidade de você contar com músicas e canções que tocavam na época, sejam internacionais ou brasileiras. Esse foi o maior desafio. Mas eu pude contar com o entendimento das editoras musicais, porque todas elas conheciam, de alguma forma, a importância da Rádio Fluminense na vida de todo mundo. Inclusive, vários executivos de gravadoras e editoras musicais foram estagiários na Maldita. Essa cumplicidade foi fundamental. E isso dá uma força única para o filme, é uma trilha realmente incrível — conta a produtora do longa-metragem.
O elenco traz ainda a atriz Marina Provenzzano como Alice, uma das locutoras e par romântico de Luiz Antonio; e Orã Figueiredo, Silvio Guindane, Flora Diegues, Joana Castro, Clarice Sauma, Luana Valentim, Mag Pastori, Bella Camero, André Dale, Felipe Haiut, Saulo Arcoverde, João Vitor Silva, Cadu Favero e Charles Fricks.