Jet skis ameaçam banhistas na Praia de Itaipu, em Niterói

Capitania dos Portos afirma que atua para coibir a permanência dos veículos na área de segurança

Por — Rio de Janeiro


Veículos se deslocam ao longo da Praia de Itaipu, em Niterói, e estacionam perto do Morro das Andorinhas, a menos de 200 metros de distância da faixa de areia Felipe Gelani

RESUMO

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GERADO EM: 30/06/2024 - 05:00

Jet skis em Itaipu: risco aos banhistas.

Jet skis na Praia de Itaipu ameaçam banhistas ao desrespeitar normas da Capitania dos Portos. Moradores relatam aumento da presença dos veículos, causando insegurança e impedindo o uso da praia. Fiscalização ocorre, mas denúncias são essenciais para coibir o trânsito imprudente.

A Praia de Itaipu é conhecida por ter as águas mais tranquilas da Região Oceânica da cidade. O mar calmo com áreas rasas é ideal para as crianças, e o acesso à praia é democrático, com uma linha de ônibus que parte do Centro de Niterói diretamente para a região. No entanto, as motos aquáticas — popularmente conhecidas como jet skis — vêm descumprindo as normas determinadas pelas autoridades marítimas para o trânsito desses veículos ao navegarem perto da faixa de areia, expondo os banhistas ao risco de acidentes e limitando o uso da praia pelo público.

Mesmo durante a semana, é possível observar os veículos manobrando e estacionando próximo ao Morro das Andorinhas, no fim da extensão da praia.

Frederico Peixoto é morador da região desde criança e afirma que a frequência das motos aquáticas perto da praia aumentou nos últimos anos, com o número de veículos transitando na orla subindo nos fins de semana.

—Esses jet skis são alugados em um estabelecimento aqui perto. Eu desconfio que os pilotos nem tenham habilitação legal para utilizá-los — afirmou, ao avistar veículos do tipo na última quarta-feira.

Já Isabel Castro, que visitava a praia com uma parente após estar há um ano fora de Niterói, lamentou o fato de as motos aquáticas impedirem que os banhistas possam aproveitar o mar com tranquilidade.

— Eu gosto de mergulhar no mar e nadar longe. Mas, com os veículos tão perto da praia, bate uma insegurança. Os banhistas não têm liberdade de nadar sem preocupação na Praia de Itaipu — protestou.

Banhistas ficam expostos ao risco de serem atropelados ao entrar no mar — Foto: Felipe Gelani

Embora ainda não tenha visto nenhum acidente, Jeremias Martins, que estava na praia com amigos, conta que já presenciou discussões entre banhistas e pilotos das moto aquáticas.

— Os caras não admitem que estão errados. Já vi um pai com uma criança discutir com um deles, e eles ignoram. Respondem: “O que a gente está fazendo de errado?” — disse.

Uma portaria publicada em 2022 estabelece uma faixa limite de 200 metros, contada a partir da faixa de praia, seja ela fluvial, lacustre ou marítima, a partir da qual é permitida a navegação com motos aquáticas ou jet skis. A medida visa justamente a resguardar a integridade física das pessoas que estiverem fazendo uso do ambiente. Os únicos equipamentos autorizados são os utilizados no serviço de salvamento de vidas realizado por órgãos competentes, como o Corpo de Bombeiros.

De acordo com o comando do 1º Distrito Naval da Marinha do Brasil, as equipes de Inspeção Naval da Capitania dos Portos do Rio de Janeiro vêm atuando no sentido de coibir a permanência de motonautas na área de segurança de banhistas. No último domingo, 23 de junho, especificamente na região de Itaipu, oito motos aquáticas teriam sido notificadas por se encontrarem nessa área de segurança, o que não impediu que veículos continuassem a se aproximar da praia semana passada.

Telefone para denúncias

A Capitania dos Portos do Rio de Janeiro (CPRJ) afirmou ao GLOBO que realiza ações de fiscalização do tráfego aquaviário diariamente na sua área de jurisdição, que abrange o interior da Baía de Guanabara e as praias de Niterói e das zonas Sul e Oeste do Rio de Janeiro.

A CPRJ orienta que denúncias sobre comportamento imprudente ou situações de risco envolvendo motos aquáticas ou quaisquer outras embarcações sejam feitas por meio do Disque-Denúncia da Capitania, pelos números (21) 97299-8300 e (21) 2104-5480. A informação pode ser anônima e deve conter o maior detalhamento possível, incluindo vídeos e fotos, de modo a facilitar a identificação do infrator e de sua embarcação.

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