'Mulheres negras curtindo a vida': projeto vai às ruas para coletar histórias alegres

Idealizado por artista de Realengo, iniciativa, que chegará também ao Rio Grande do Norte, vai gerar um site com textos, vídeos e músicas

Por — Rio de Janeiro


Natasha, idealizadora do projeto, em conversa sobre o projeto que busca dar visibiidade a histórias de mulheres negras Divulgação

Mulheres negras costumam ser mais lembradas como vítimas de preconceito, violência ou pobreza. O projeto "Mulheres negras curtindo a vida", idealizado pela artista e psicóloga Natasha Pasquini, convida-as a mostrarem um outro lado de suas vidas, e partilharem memórias alegres de experiências cotidianas. O objetivo, diz ela, é apoiar a disseminação deste tipo de memória, registrando os acontecimentos em primeira pessoa, numa perspectiva de protagonista. A ideia é coletar histórias de mulheres em diferentes regiões do Rio de Janeiro, como a Pequena África, Madureira, Tijuca e Realengo e criar um site para agrupá-las.

Além das entrevistas, a iniciativa incluirá performances, que terão a função de levar as mulheres a entenderem o propósito do projeto e deixarem fluir as boas lembranças. A primeira ação será realizada nesta sexta (5), na Praça da Harmonia, na Gamboa, às 14h. Depois, o grupo estará na Casa do Jongo, na Serrinha, no dia 11, às 16h. Já no dia 12, às 18h, haverá entrevistas com pessoas com deficiência visual no Centro Coreográfico, na Tijuca. E por último, no dia 18, também às 18h, a ação estará em Realengo.

As entrevistas resultarão em textos, vídeos e composições sonoras que serão disponibilizados em um site para acesso público. O projeto foi contemplado no Edital Diversidades e Diálogo, da Lei Paulo Gustavo, elaborado pela Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa (Sesec). Além disso, Natasha foi contemplada no edital de Mobilidade Cultural, da Fundação Palmares, e viajará para o Rio Grande do Norte para dar continuidade à pesquisa em um novo ambiente. A produção é da eLabore.Kom.

Para Natasha, a memória ocupa um lugar simbólico importante na população negra. Segundo ela, as mulheres negras frequentemente sofrem apagamento de suas potências, com sua história sendo contada tradicionalmente a partir de episódios de humilhação, escravização e desumanização.

—Na primeira etapa de construção da pesquisa, eu pedia às minhas amigas algum arquivo delas curtindo a vida. De modo geral, elas pareciam não entender de imediato o meu pedido, porque precisavam acessar uma memória interna muito soterrada. Mas, quando eu perguntava sobre um caso de racismo que sofreram, a experiência da violência estava na ponta da língua, mais à flor da pele que as memórias alegres. Isso me pegou demais — conta Natasha.

Veja a programação:

Dia 5 - Praça Coronel Assunção (Praça da Harmonia) - Gamboa, Rio de Janeiro - às 14 horas

Dia 11 - Serrinha, Casa Jongo - Rua Silas de Oliveira, 101 - Madureira às 16 horas

Dia 12 - Centro Coreográfico - R. José Higino, 115 - Tijuca, Rio de Janeiro - às 18 horas

Dia 18 - Avenida Marechal Fontenelle, 5000, Realengo - Rio de Janeiro - às 18 horas

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