Estudantes do Rio vão exibir documentários em encontro internacional

‘Cem anos de juventude’ reúne crianças e adolescentes de 15 países em Lisboa, na próxima segunda-feira (3)

Por — Rio de Janeiro


Kamilly Victoria, de óculos, entre colegas da Escola Municipal Brant Horta, na Penha Circular Divulgação

Nesta sexta-feira (31), duas estudantes da rede pública de ensino do Rio de Janeiro embarcam para Lisboa para participar do encontro internacional Cinema “Cem anos de juventude”, que acontecerá na Cinemateca Portuguesa. Elas serão as representantes do Brasil no evento.

Kamilly Victoria Ferreira, da Escola Municipal Brant Horta, Penha Circular, apresentará um documentário sobre a vida dos adolescentes do bairro, e Maria Julia Mendes representará a Escola Municipal Orlando Villas Boas, localizada no Centro da cidade, com um documentário sobre os trabalhadores que atuam nas ruas ao redor da instituição.

Durante o encontro, que se estenderá por cinco dias, serão exibidos e debatidos documentários realizados por crianças e adolescentes com idades entre 8 e 18 anos. A plateia será composta por cineastas, professores e estudantes envolvidos em projetos de ensino de cinema em escolas de 15 países de cinco continentes.

O padrinho do evento será o cineasta português Pedro Costa, ganhador do prêmio France Culture atribuído ao Cineasta Estrangeiro do Ano no Festival de Cannes de 2002, com o filme “No quarto da Vanda”.

O Programa Imagens em Movimento (PIM), fundado em 2011 por Ana Dillon, é o responsável pela integração de escolas públicas brasileiras nesta rede mundial. O PIM é fruto de uma parceria pioneira, na América Latina, com a rede Cinema, Cem Anos de Juventude, criada em 1995, ano do centenário do cinema.

O encontro em Lisboa, que começa na segunda-feira (3), marca a culminância presencial desta troca intensa, promovida virtualmente, nos últimos meses.

— Significa muito para nós oferecer aos estudantes da rede pública brasileira a oportunidade de vivenciar a experiência crítica e criativa do audiovisual, por meio de uma metodologia de ponta, criando narrativas a partir de seus pontos de vista sobre a realidade em que vivem, e intercambiar estas produções com jovens de contextos socioculturais tão diversos, em condição de igualdade — destaca Ana Dillon, cineasta responsável pela coordenação do programa.

Ana lembra a importância da realização de um filme do ponto de vista da educação:

— Produzir um documentário é um processo criativo que naturalmente leva à elaboração de um olhar crítico e de um posicionamento ético perante a realidade — detalha a coordenadora, que também é professora de cinema.

No final do ano, acontecerá a Mostra Itinerante de Curtas-Metragens, reunindo os filmes produzidos por todas as escolas brasileiras contempladas pelo projeto, além de produções realizadas nas oficinas ministradas pelas organizações internacionais parceiras da iniciativa.

Mais recente Próxima Arte inclusiva: festival gratuito leva espetáculos premiados ao Teatro Cesgranrio