Arraial reverencia a cultura afro em Cascadura

Feijoada do Cacique e Quadrilha do Sampaio estão entre as atrações

Por — Rio de Janeiro


Márcio Perrota no comando da Quadriha do Sampaio Reprodução/Verônica Hafsa

RESUMO

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GERADO EM: 12/07/2024 - 13:00

Celebração Afro em Cascadura: União e Resistência

O ArraiAfro em Cascadura celebra a cultura afro e a união das comunidades de umbanda e candomblé, com comidas típicas, apresentações culturais e resistência. O evento homenageia divindades africanas e promove a união dos povos de santo, com música, dança e muita festividade.

O Movimento Umbanda Rio realiza neste sábado, no Clube de Suboficiais e Sargentos da Aeronáutica, em Cascadura, a segunda edição do ArraiAfro. O evento é uma festa de fé e união das comunidades de terreiro de umbanda e candomblé. A organização do encontro tem como proposta celebrar a diversidade da cultura afro e homenagear os orixás Xangô e Exu, presentes nas festividades dos santos católicos através do sincretismo religioso, representados por São Pedro e Santo Antônio. Os ingressos variam de R$ 10 a R$ 80, para opções de entradas individuais ou para quem deseja reservar uma mesa. Interessados devem acessar a plataforma Olha o Ingresso e buscar pelo evento.

Um dos organizadores, o ogã Jorge D’Oxalá destaca o objetivo de mostrar como festas tradicionais são também celebrações afrobrasileiras.

— Os santos juninos são referências a divindades africanas. Os grãos consumidos nessas festas são também as nossas comidas de santo. As danças circulares e as celebrações são influências dessa grande miscigenação. Diante de tantas conexões, decidimos organizar esse evento onde apresentamos uma enorme variedade de manifestações culturais populares — explica.

Além de comidas típicas do período junino, como canjica, pamonha, curau e outras delícias, a festividade contará com a apresentação da tradicional Quadrilha do Sampaio, com mais de 60 anos de história e atualmente comandada por Márcio Perrota, pesquisador, produtor cultural e locutor da Mangueira. Para ele, a realização da festa é também um grito de resistência.

— É para o povo do axé ter orgulho da sua religião. Ver como a gente agrega, alegra, acolhe. Isso é muito importante. Acima de tudo, essa festa é uma prova de nossa resistência — comenta Perrota.

Pai Alex de Oxalá, coordenador do Movimento Umbanda Rio, diz que o evento ajuda ainda a promover “a união dos povos de santo”.

— Queremos difundir as tradições de terreiro, levar cultura e unir os povos de santo, além, é claro, de brigar pelas pautas das nossas comunidades tantas vezes atacadas — conta ele.

A festa começa com a famosa Feijoada do Cacique, servida a partir das 11h. O espaço também terá fogueira, brincadeiras e uma área dedicada aos empreendedores afro. A música ficará por conta do Forró do Quarteto Amoras, e os tambores também estarão presentes com muito samba e curimbas de terreiro no repertório do cantor Braguinha e do grupo Saravô. O intérprete da Unidos da Tijuca, Ito Melodia; e o instrumentista e cantor Chacal do Sax também participam da mistura, trazendo sucessos do samba e das festas de São João.

Entre as apresentações, o grupo de teatro e dança Street Legends fará intervenções artísticas e brincadeiras com os presentes. Ao término das festividades, haverá ainda um quadrilhão, para o qual todos serão convidados.

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