Portela emociona com homenagem a mães que perderam filhos para a violência

Escola foi a segunda a desfilar pelo Grupo Especial nesta segunda-feira (12)

Por e , Em O Globo — Rio de Janeiro


Desfile das escola de samba do grupo especial. Portela Alexandre Cassiano / Agência Globo

A Portela passou com seu axé pela Sapucaí, para contar a história da luta do povo negro. O enredo "Um defeito de cor'" carregado de ancestralidade foi desenvolvido pelos carnavalescos André Rodrigues e Antônio Gonzaga e inspirado no livro homônimo da escritora Ana Maria Gonçalves. Carregado de ancestralidade, o desfile trouxe a história de mulheres fortes, como Luiza Mahim, mãe de Luiz Gama.

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Portela leva para Avenida a força da mulher negra com o enredo "Um defeito de cor"

A escola, segunda a desfilar nesta segunda-feira (12), fechou a sua apresentação emocionando o público com uma homenagem às mães de vítimas da violência. Ao todo 16 mulheres vieram no último carro, entre elas Marinete Franco, mãe da vereadora Marielle Franco e Ana Paula Oliveira, mãe de Jhonata Oliveira. Todas levaram objetos, como camisetas com fotos que lembravam seis filhos e exibiram durante a passagem da escola.

A participação das mães no desfile foi organizado pela coordenadora do Observatório das Favelas, Thaís Gomes. Ela explicou que essas mulheres representam Luiza Mahim (ou Kehinde) do livro de Ana Maria Gonçalves.

— Como a personagem, elas também são incansáveis. Lutam por seus filhos, pela memória deles, por justiça e pelo fim da violência — disse.

Apresentando um enredo sobre a luta do povo preto, a azul e branca de Oswaldo Cruz levou para a Avenida várias personalidades negras, que vão do ministro da Igualdade Racial, Silvio de Almeida, que desfilou no abre-alas, aos atores Tais Araújo e Lázaro Ramos, passando pela baluarte da escola Vilma Nascimento, que em novembro foi vítima de discriminação racial, na loja de um aeroporto de Brasília, quando voltava de uma premiação na capital do País.

— O que aconteceu comigo foi uma vergonha, um vexame. Precisamos lutar contra isso — disse antes de entrar na avenida a porta-bandeira histórica, de 85 anos.

A água, que atraia a atenção das pessoas para fotos na concentração era articulada, confeccionada com uso de palha. Na pista da Sapucaí, abrindo o desfile não chegou a empolgar.

A escola de um desfile bonito, com bom uso das cores e matéria simples. Com um samba difícil, não levantou o público, mas fez uma passagem correta. Talvez pelo fato de ser uma das primeiras da noite também fez pouco uso da iluminação cênica da Sapucaí.

Quem será a campeã do carnaval?

O público saberá qual a escola de samba campeã do Grupo Especial do Rio de Janeiro no próximo dia 14, quando acontece a apuração. São nove quesitos avaliados: Bateria, Harmonia, Samba-Enredo, Fantasia, Alegoria e Adereços, Enredo, Mestre-Sala e Porta-Bandeira, Evolução e Comissão de Frente.

Segundo o regulamento da Liesa, em caso de empate, o primeiro critério de desempate é a somatória de todas as notas. Mantendo o empate, vence quem tiver o melhor desempenho nos quesitos-chave, definidos no dia da apuração a partir de um sorteio.

A TV Globo transmite, ao vivo, as apurações das notas das escolas de samba do Grupo Especial.

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