Saiba quem é Tarcísio Zanon, o carnavalesco da Viradouro que, nos últimos quatro anos, mantém a escola entre as três primeiras colocadas

Aos de 37 anos, ele é um dos nomes fortes da nova geração de artistas que fazem o espetáculo no Sambódromo

Por — Rio de Janeiro


Tarcísio Zanon, carnavalesco da Viradouro Fábio Rossi

Em quatro desfiles como carnavalesco do Grupo Especial, Tarcísio Zanon, que assina o título da Viradouro este ano, já é duas vezes campeão da Sapucaí — a primeira vez tinha sido em 2020, também pela vermelho e branco de Niterói. Aos de 37 anos e natural de Cantagalo, no interior do estado do Rio, ele é um dos nomes fortes da nova geração de artistas que fazem o espetáculo no Sambódromo, ao lado dos também vitoriosos Leandro Vieira (40 anos), da Imperatriz, e Gabriel Haddad e Leonardo Bora (35 e 37 anos, respectivamente), da Grande Rio.

Formado em Design Gráfico, com pós-graduação em Carnaval e Figurino, Zanon é um rolo compressor nos últimos quatro anos à frente da Viradouro: além dos dois títulos, ele tem um vice-campeonato (2023) e um terceiro lugar (2022).

Zanon começou a chamar a atenção na Estácio de Sá, onde foi campeão do grupo de acesso duas vezes, em 2015 e 2019, inicialmente em colaborações com outros profissionais, como Amauri Santos e Chico Spinosa. O sucesso na escola da região central do Rio lhe rendeu o convite da Viradouro, que comandou pela primeira vez em 2020, ao lado do então marido, Marcus Ferreira (hoje carnavalesco da Mocidade). O trabalho em dupla continuou em 2022 — não houve desfile em 2021, por causa da pandemia — e acabou quando Tarcísio assumiu a escola sozinho, no vice de 2023, com “Rosa Maria Egipcíaca”.

Para o campeonato de 2023, Zanon pesquisou, ao lado de João Gustavo Melo, o culto à serpente originário da Costa da Mina, região da África onde hoje estão países como Benin e Gana. Pessoas escravizadas da região eram enviadas para a Bahia, onde o culto permaneceu — e a Viradouro pôde testemunhar uma cerimônia fechada, em busca de informações para o desfile.

— Estou parecendo o Laíla — brincava Zanon na concentração da Viradouro, na madrugada de terça-feira, em referência às guias de candomblé que usava e ao lendário diretor de carnaval da Beija-Flor e de outras escolas, morto em 2021.

Mais animado do que nervoso, ele testemunhou a performance praticamente sem falhas da escola. Ontem, dedicou o título ao pai, Guilherme, que enfrenta um câncer.

— Ele sempre foi meu fã — disse Zanon. — Dedico o título a ele, à minha mãe e a toda a minha família.

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