‘Bangu não é de segurança máxima’, afirma Cláudio Castro ao anunciar projeto de novo presídio

Em entrevista à GloboNews, governador do Rio ressaltou que medida faz parte da nova política carcerária

Por O GLOBO — Rio de Janeiro


Cláudio Castro em entrevista à GloboNews Foto: Reprodução

O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, afirmou em entrevista à GloboNews nesta segunda-feira (10) a construção de um novo presídio de segurança máxima no Rio, com capacidade para 20 mil novas vagas. O projeto foi antecipado pelo colunista Lauro Jardim, no Jornal O GLOBO, neste domingo. Segundo Castro, a ideia é que o novo local tenha características de ser um presídio industrial, previsto para ser erguido no Norte do estado. A proposta é uma aposta do parlamentar ao pontuar um balanços desses cem dias de governo.

“Bangu, de fato, não é um presídio de segurança máxima. Tanto que, quando a gente tem problema, a gente pede vaga para os presídios federais. Então, se foi um dia, já não é há muito tempo. E a gente tem, sim, tido a necessidade de isolar algumas lideranças para que elas não comandem nem tráfico de drogas, nem milícia, nem drogas. A construção é algo real. É uma nova política carcerária. A ideia são mais de 20 mil novas vagas para que a gente possa zerar a superlotação”, explicou o governador.

Em janeiro, a secretária Maria Rosa Lo à frente da pasta de Secretaria Estadual de Administração Penitenciária (Seap) do Rio há nove meses, afirmou em entrevista ao GLOBO que defende o novo modelo de presídio de segurança máxima e destacando a necessidade da inovação. Segundo ela, a construção deve seguir os moldes dos prédios do Complexo Penitenciário da Papuda, unidade federal localizada em Brasília no qual se adota o Regime Disciplinar Diferenciado (RDD), com mais restrições para os presos; e um presídio industrial.

É com este último que a secretária mais se empolga, uma vez que o primeiro ainda está em fase inicial e é mais sensível, por questões de segurança.

Bangu 1, que fica no Complexo Penitenciário de Gericinó, na Zona Oeste do Rio, foi erguido há 35 anos visando ser de segurança máxima. O próprio governador, no entanto, admitiu que o presídio já não cumpre o seu papel e, por isso, o governo pede a transferências de bandidos perigosos para penitenciárias federais fora do estado.

'Rio é universidade do crime'

Mais cedo em entrevista à CBN o governador foi questionado sobre a atuação do estado nas operações nas comunidades e ação dos policiais em áreas de conflito, como Jacarepaguá. Castro criticou a falta de cooperação das polícias federais e alegando que o “estado está sobrecarregado”, referindo-se a entrada de armas e drogas vindas pelas fronteiras do Rio.

O parlamentar pontuou ainda que medidas estão sendo discutidas para combate ao aumento da violência, bem como a vinda de criminosos de outros estados. Para isso, um encontro entre ele e o ministro da justiça Flávio Dino está marcado para esta quinta-feira, quando o secretário do governo vem para uma agenda na capital.

“Estou fazendo essa denúncia aos protetores aos de bandidos que criticavam a gente que o Rio vai acabar gerando uma universidade do crime. A gente faz as operações e é criticado. Se nós não fizemos isso aqui vai gerar uma universidade do crime. As armas estão entrando pelas fronteiras. Não é problema estadual. O Estado está ficando sobrecarregado para tomar conta de tudo sozinho. E ainda com limitações duras para serem a serem feitas palavras de Ministro. Venho pedindo ajuda da Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal. Nós tínhamos um processo de investigação conjunta de parceria muito interessante. Com foco no combate a criminalidade de entrar a arma de droga. Agora não há mais essa cooperação”.

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