Uma equipe de técnicos da Divisão de Evidências Digitais e Tecnologia, do Ministério Público do Rio (MPRJ), esteve na Cidade de Deus, nesta segunda-feira, para fazer um mapeamento do local onde Thiago Flausino, de 13 anos, foi assassinado. O grupo, parte da Coordenadoria de Segurança e Inteligência, está coletando informações do local para entender melhor a direção dos disparos.
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Todas as informações serão usadas na criação de uma maquete em 3D, que irá simular as versões narradas pelos policiais do dia do assassinato, além de auxiliar a reconstituição do local do crime, a ser realizada por um perito oficial.
Relembre o caso
Thiago Menezes Flausino, de 13 anos, andava de moto com um amigo na comunidade Cidade de Deus, na Zona Oeste do Rio, quando foi baleado por agentes do Batalhão de Choque da Polícia Militar. No crime, que aconteceu no domingo (6), o adolescente levou cinco tiros. Segundo a família, ele não tinha envolvimento com crime e nem portava uma arma quando foi alvejado. No entanto, a polícia afirma em nota que os agentes foram alvo de disparos por dois homens em uma moto.
De acordo com parentes, ao levar o primeiro tiro, Thiago caiu no chão. Os demais disparos foram feitos, dizem testemunhas, após o garoto já estar caído. Moradores da Cidade de Deus afirmam que os policiais tentaram forjar um confronto, atirando contra uma região de mata sem que bandidos dessem tiros.
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Os agentes que estavam na Cidade de Deus não usavam câmeras em suas fardas, o que dificulta a esclarecer as circunstâncias da morte de Thiago. Em nota, a PM afirmou que "está em fase de elaboração uma resolução conjunta com a Secretaria de Estado de Polícia Civil que vai regulamentar o uso das câmeras corporais pelas forças especiais. Cabe informar que o cronograma de implantação foi enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF) e será respeitado conforme determinado pela Corte".