Embarcações blindadas, cães farejadores e escâneres: veja como é a atuação da Marinha na GLO no Rio

Operação autorizada pelo presidente Lula começa nesta segunda-feira. Neste primeiro momento, a Marinha conta com 1.900 militares na operação

Por — Rio de Janeiro


Com um cão, militares vistoriam carro em portão do Porto do Rio Fabiano Rocha / Agência O Globo

Autorizada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) em portos e aeroportos do Rio de Janeiro e São Paulo começa nesta segunda-feira. A medida, que ocorrerá até 3 de maio de 2024, inclui ações de prevenção e repressão ao crime organizado, com objetivo de combater, por exemplo, o tráfico de drogas e de armas.

Neste primeiro momento, a Marinha conta com 1.900 militares. No Rio, serão aproximadamente 823 agentes nos acessos do Porto do Rio e no patrulhamento interno dele, além de atuar vistoriando navios e embarcações na Baía de Guanabara. Outros 183 homens ficarão em Sepetiba e Itaguaí. Além disso, 120 viaturas e embarcações blindadas serão usadas. Entre elas, destaca-se o blindado JLTV, mais conhecido como "estado da arte", segundo o Capitão de Fragata e porta-voz da Operação de GLO, Rodrigo Fernandes.

Marinha faz patulha na Baía de Guanabara. Uma lancha blindada com agentes passa e o Complexo do Alemão e castelo da Fiocruz ao fundo — Foto: Fabiano Rocha/ Agência O GLOBO

Ele explicou que é um dos modelos mais modernos do mundo, com capacidade para sustentar tiros de fuzil e até de calibres mais altos, como de uma ponto 50 e 762. Na manhã desta segunda-feira, três embarcações blindadas patrulhavam a Baía de Guanabara. Na Praça Mauá, próximo ao Museu do Amanhã, dois veículos blindados vistoriavam o pátio, na altura da entrada do portão 32 do Porto do Rio.

Militares das Forças Armadas começam operação da GLO no Rio

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Blindados, cães e escâneres são usados em ação no Porto da capital

— A Marinha já posicionou seus meios marítimos quanto meios terrestres. A Marinha atuará no sentido de intensificar os esforços unidos e integrados para o fortalecimento ao combate de drogas, de armas e a outros ilícitos — afirmou Fernandes.

Já com relação às comunidades que têm saída para a Baía de Guanabara, o comandante explicou que a Marinha já realiza a patrulha e fiscalização dessas áreas. As áreas previstas de fiscalização, bem como pontos estratégicos, serão definidos com o setor de Inteligência.

GLO (Garantia da Lei e da Ordem):

— Estão previstas fiscalizações para a Baía de Guanabara, Sepetiba e também acessos marítimos ao porto de Santos. A Marinha intensificará um trabalho que ela já realiza nesses locais. Será um trabalho de fiscalização utilizando meios. Estaremos com cerca de 120 meios, entre terrestre e marítimo. Vamos utilizar navios-patrulha e embarcações para intensificar a atividade de inspeção.

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No Porto do Rio, no início da manhã desta segunda-feira, militares da Marinha utilizaram cães farejadores e aparelhos para escanear os veículos que entravam e saíam do local, além de espelhos para olhar a parte de baixo deles.

Ainda nesta segunda-feira, às 14h, será realizada uma reunião com lideranças de cada órgão, seguida de uma coletiva, no Distrito Naval, na Praça Mauá. O objetivo do encontro, segundo a Marinha, é apoiar e articular com outros órgãos o desempenho das tarefas. São esperados representantes da Polícia Rodoviária Federal (PRF), da Polícia Federal, da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ), da Rio Portos, da Receita Federal e dos Portos do Rio e Itaguaí. A reunião é uma coordenação prévia das ações.

Poder bélico na Guanabara

A Marinha disponibilizou o navio-patrulha Oceânico "Apa". A embarcação pesa 2 mil toneladas e pode levar tripulação de até 125 homens. Mede 103,4 metros de comprimento e 11,4 m de largura. Possui radar de navegação de longo alcance e alça Optrônica, capaz de detectar a direção de tiros, integrado com câmera termográfica. O Oceânico transporta até seis contêineres pesando 15 toneladas cada. Tem ainda duas embarcações de casco semi-rígido, um tipo Interceptor, além de enfermaria com 10 leitos e sala de cirúrgicas.

Embarque de viatura do Corpo de Fuzileiros Navais no Navio-Patrulha Oceânico “Apa”, com destino ao Porto de Santos (SP) — Foto: Marinha/ reprodução

De armamentos, o navio possui um canhão MSI, duas metralhadoras M242 Bushmaster (espécie de canhão automático de 25mm que dispara balas de calibre .223), padrão utilizado entre os Exércitos dos países da Otan), além de duas metralhadoras Browing (.50), capazes de derrubar um helicóptero. A estrutura dos portos conta ainda com o apoio de tropas de Fuzileiros Navais (FN) em ações como revista de pessoal e repressão a delito. Para isso, a Marinha utilizará quatro lanchas blindadas.

Segundo a força, foram disponibilizados 120 meios, ou seja, material de transporte e suporte bélico. Entre eles, nove navios, incluindo dois navios-patrulha, quatro lanchas blindadas, quatro embarcações de casco-rígido, dois caminhões tanques e quatro veículo blindado de patrulha

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