Mancha oleosa surge na saída do rio Imboassu, que corta São Gonçalo a Magé, e preocupa pescadores

Pesqueiros acreditam que substância tenha ligação com vazamento de tolueno; ICMBio coletou amostras para análise

Por — Rio de Janeiro


Substância não identificada em rios de São Gonçalo e Magé preocupa lideranças de associações de pesca Arquivo pessoal

Uma mancha oleosa preta surgiu na saída do rio Imboassu, em São Gonçalo, e em Piedade, em Magé, na última sexta-feira. A poluição preocupa lideranças de associações de pesca, suspeitas de que o problema possa ser consequência do vazamento de tolueno na Estação Imunana-Laranjal, que suspendeu o abastecimento de água em municípios do Rio no início de abril.

Oito lideranças marcaram para a próxima quarta-feira, dia 24, uma reunião de emergência com um superintendente do IBAMA do Rio. Um representante da Associação Homens e Mulheres do Mar da Baía de Guanabara (AHOMAR) afirmou que, desde o vazamento do tolueno, os pescadores locais estão prejudicados.

— A coisa está feia, precisamos saber o que está acontecendo. Não estamos conseguindo nem sair para pescar direito — lamenta Alexandre Anderson.

Denúncias sobre o material não identificado foram enviadas aos conselheiros da área de proteção ambiental (APA) de Guapimirim. A presidente Tatiana fez uma publicação no Instagram informando que a equipe NGI Guanabara iniciou uma apuração preliminar e coletou material para buscar mais informações com pescadores locais.

“Conseguimos poucas informações até o momento. Trata-se de material orgânico de origem vegetal sem odor, o mesmo apresenta flutuabilidade abaixo da linha d'água, não foram encontrados organismos aquáticos mortos junto do material. O material não desceu até a Baía de Guanabara pelos Rios Guapi-Macacu, Caceribu ou Guaraí, o mesmo pode ter sido proveniente de outros rios da região ou mesmo do espelho da água da Baía de Guanabara”, escreveu a presidente da APA de Guapimirim.

Ainda sem um parecer técnico, a mancha preocupa o presidente da Associação de Caranguejeiros e Amigos dos Mangues de Magé (ACAMM), Rafael Santos.

— Hoje estamos com o preço do pescado muito abaixo do valor de mercado devido ao acontecido desse vazamento de tolueno que ainda não tem uma nota técnica definida e a tendência é piorar — comenta Rafael.

Procurada pelo GLOBO, a ICMBio ainda não retornou o contato e nem informou uma data para o resultado da amostra coletada. Já o Instituto Estadual do Ambiente (Inea) informou que "não foi acionado para tal ocorrência e que acompanha o caso junto ao ICMBio".

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