O ex-motorista e marido da socialite Regina Lemos Gonçalves, de 88 anos, José Marcos Chaves Ribeiro, de 53 anos, prestou depoimento por mais de sete horas, nesta quinta-feira, na 12ª DP (Copacabana), no âmbito das investigações sobre maus-tratos e cárcere privado contra a idosa. Pouco antes das 22h, José Marcos saiu da delegacia acompanhado de seu advogado e não quis falar com a imprensa.
De acordo com o blog Segredos do Crime, a defesa de José Marcos ingressou na Justiça com um habeas corpus para impedir a polícia de prosseguir nessas investigações. O advogado Bruno Saccani alegou na liminar em favor de Ribeiro, que a polícia está dando prosseguimento a "uma investigação completamente arbitrária, movida por falsas acusações, pressão midiática e descumprimento de decisões judiciais".
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De acordo com o delegado Angelo Machado, titular da 12ª DP, a síndica Marina Felfeli, do edifício Chopin, onde vive Regina Gonçalves, também foi ouvida.
O “sumiço” de Regina Gonçalves mobilizou seus vizinhos em Copacabana, na Zona Sul do Rio, e trouxe à tona desavenças na família. Depois de três meses, ela retornou ao seu apartamento no Chopin, no dia 26 de abril, localizado na Avenida Atlântica. Viúva de Nestor Gonçalves, fundador da Copag (marca famosa de cartas de baralho) e fazendeiro, que morreu em 1994, Regina teria herdado 500 milhões de dólares, joias, relógios, obras de arte, fazendas e mansões.
Ao fazer sua primeira aparição após meses sumida, Regina acusou o marido de ter pegado dinheiro de sua poupança, além de joias de seus cofres. Uma pessoa que se apresentou como sobrinho da idosa, Álvaro O’hara, disse à imprensa que a socialite herdou R$ 500 milhões de dólares — o equivalente a mais de R$ 2,5 bilhões em valores de hoje—, quando Nestor morreu em 1994.
Segundo o blog Segredos do crime, da jornalista Vera Araújo, faz parte ainda de sua fortuna, mansões em estilo normando, na Rua Capuri, área nobre de São Conrado; uma fazenda em Angra dos Reis; além de joias, principalmente relógios de marcas famosas; e obras de arte. Há informações de uma segunda fazenda, em Cuiabá, onde, antes de Nestor morrer, investia-se em gado de corte. Regina seria ainda presidente do Grupo Nestor Gonçalves. Regina foi a única herdeira de Nestor. Ambos não tiveram filhos.
Em meio à disputa judicial entre o ex-motorista e marido de Regina e familiares da socialite, veio a tona também uma dívida de 20 meses de condomínio atrasado de dois apartamentos, o 301 e 302 do Chopin, unificados por Regina , somada a cobranças de IPTU em aberto. Segundo relato de João Chamarelli, o empresário e amigo autorizado a falar pela família, ela está com as contas zeradas e “pode ver seus apartamentos irem a leilão caso não pague”.
Cada apartamento da socialite no Chopin deve dez meses de condomínio, o equivalente a R$ 47.268,44 cada um. Com a mensalidade de maio, de R$ 4.434,59, a dívida total passa dos R$ 100 mil. Segundo o empresário e amigo de Regina, a fortuna da socialite continua sendo gerida pelo marido — com quem ela tem uma união estável, embora negue ter assinado qualquer documento — e antigo motorista. Assim, as contas da socialite têm sido pagas pelo irmão dela, Benedicto Júlio Lemos, que está morando com ela no emblemático condomínio Chopin.
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Para não arriscar perder os apartamentos, o sobrinho Carlos Aristophanes de Queiroz afirmou que a família está negociando a dívida. Ainda não houve um acordo.
Na documentação obtida pelo GLOBO também constam dívidas de IPTU. O valor do imposto de cada apartamento no Chopin é de R$ 25.361,13. Há ainda outros débitos de anos anteriores, de 2020 a 2022, que somam R$ 91.237,79 segundo a certidão de situação fiscal e enfitêutica do imóvel emitido pela Secretaria Municipal de Fazenda e Planejamento.
Veja imagens do apartamento no Chopin onde vive Regina Gonçalves
A família alega que, além de imóveis, o marido e ex-motorista teria ficado com joias e obras de arte que “somam mais de R$ 20 milhões”; a socialite ainda não teria recuperado os bens. Segundo os relatos, ela está dependendo da ajuda financeira do único irmão vivo.