A Polícia Civil do Rio investiga se o Ônix vermelho alvo da perseguição policial no Jardim Botânico, que terminou com quatro mortos na madrugada desta quarta-feira, é clonado. O automóvel tem placa registrada em Jaíba, cidade de Minas Gerais distante mais de mil quilômetros do Rio. Os agentes também apuram se os ocupantes do veículo usavam identidades falsas. Além deles, os policiais que estavam na viatura também morreram.
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No Ônix, a polícia encontrou peças de roupa, um par de tênis, mochila e outros itens pessoais, como uma caixa de óculos, chinelos e uma toalha. Também havia uma lata de refrigerante e moedas espalhadas pelo chão do veículo. Na mala, uma das poucas partes preservadas, é possível ver o adesivo de uma revendedora de carros usados do município mineiro de Montes Claros, localizado a pouco mais de três horas de Jaíba. Nenhuma arma foi encontrada pela perícia.
Segundo a polícia, o Ônix estava sendo perseguido por uma viatura desde Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Os motoristas teriam desrespeitado um pedido de parada dos agentes, o que motivou a perseguição. Quando ultrapassaram o Túnel Rebouças, sentido Zona Sul, os carros capotaram em uma alça de acesso à Rua Jardim Botânico, em frente à Drogaria Max, vizinha de uma base da Polícia Militar, na Rua Frei Veloso.
A suspeita de que as identidades sejam falsas surgiu após o documento de identificação de um dos ocupantes do Ônis constar com outro nome. Mas a Polícia Civil do Rio informou que os ocupantes do carro de passeio foram identificados como Thiago Henrique Medeiro Figueiredo, de 29 anos, e Diego Ferreira Amaral, de 27. Eles eram investigados por homicídio e tráfico de drogas em Minas Gerais.
Os parentes dos motoristas mortos compareceu ao IML no fim da tarde desta quarta-feira. Os parentes, segundo o funcionário da funerária, são de Belo Horizonte (MG).
Perseguição
Os dois policiais militares eram soldados do Batalhão de Policiamento em Vias Especiais (BPVE): Bruno Paulo da Silva, de 38 anos, e Bruno William Batista de Souza Ribeiro, de 30.
A perseguição começou depois que o Ônix vermelho, de acordo com policiais militares, não obedeceu a uma ordem de parada durante uma blitz na Linha Vermelha, na altura do quilômetro 19,5. Os dois policiais mortos entraram numa viatura e seguiram atrás do carro, e outros dois agentes seguiram em outro veículo da PM para tentar cercar o Ônix. Ao todo, a perseguição aconteceu ao longo de 27km.
Segundo a PM, durante a perseguição, em determinado momento, os carros envolvidos na ocorrência se afastaram do outro carro com policiais. Após o Túnel Rebouças na descida para o Jardim Botânico, ambos capotaram na agulha em curva de descida.
A PM não confirmou se houve troca de tiros durante a perseguição, mas na porta traseira do lado direito do carro de passeio há uma marca de um disparo.
Após os automóveis capotarem, equipes do 23º BPM seguiram para o local e encontraram as quatro pessoas já mortas. A perícia da Polícia Civil foi acionada. Os corpos foram encaminhados para o Instituto Médico-Legal (IML).
Perseguição deixa quatro mortos, entre eles dois PMs, no Jardim Botânico
A PM informou que o soldado Bruno era casado e tinha um filho de 15 anos e outro de 2. Já o soldado Ribeiro, segundo a corporação, deixa esposa e um filho de 4 anos.
A investigação do acidente é feita pela 15ª DP (Gávea). De acordo com a Polícia Civil, além da perícia no local, os agentes vão realizar uma também no Ônix para verificar se o carro é clonado. Os policias realizam ainda diligências para esclarecer as circunstâncias da batida.
Via ficou interditada
Após o acidente, a Rua Jardim Botânico chegou a ser interditada nos dois sentidos, mas foi liberada para os motoristas pouco depois das 6h, após os dois veículos serem retirados do local. O acesso pelo Túnel Rebouças também foi liberado, de acordo com o Centro de Operações Rio (COR).
Equipes da Comlurb também aturam no local do acidente, já que combustível se espalhou pelas pistas.