Integrantes do Escritório do Crime são condenados pelo assassinato de desafeto do capitão Adriano da Nóbrega

Marcelo Diotti foi executado com tiros de fuzil no estacionamento de um restaurante na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio

Por O Globo — Rio de Janeiro


Marcelo Diotti e a mulher que o acompanhava quando foi morto Reprodução

Dois integrantes do Escritório do Crime foram condenados a 26 anos e oito meses de prisão, cada um, na madrugada desta quarta-feira, pelo assassinato de um desafeto do capitão Adriano da Nóbrega — que montou o grupo criminoso de pistoleiros. Os irmãos Leandro Gouvêa da Silva, o Tonhão, e Leonardo Gouvêa da Silva, o Mad, são acusados da execução de Marcelo Diotti, ocorrida na noite de 14 de março de 2018 no estacionamento de um restaurante na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio. O crime aconteceu na frente da esposa da vítima.

A condenação da dupla foi obtida pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) junto ao Tribunal de Justiça do Rio. Tonhão e Mad foram denunciados pelo Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) em maio de 2020 por homicídio qualificado. De acordo com a denúncia Diotti e a esposa foram monitorados pela dupla até o momento da execução.

O julgamento terminou durante a madrugada — Foto: Brunno Dantas/TJRJ

Segundo o MP, o crime teve duas motivações: desejo de vingança de Adriano — morto em confronto com a polícia em 2020, na Bahia — em relação à vítima e demonstração de força e poder de grupo rival a Marcelo Diotti, que era ligado à contravenção e já havia sido preso por por homicídio e exploração de caça-níqueis. O crime foi cometido, de acordo com a denúncia, mediante pagamento ou promessa de recompensa e que ocorreu por meio de emboscada.

Adriano encomendou a morte de Diotti diretamente a Mad, afirma a denúncia do MP. Ele, então, reuniu um grupo formado por quatro homens — entre eles Tonhão — e distribuiu as tarefas de cada um.

O crime

Marcelo Diotti e a esposa estavam perto do carro dele, um Mercedes SUV branco, quando os assassinos chegaram e fizeram pelo menos 20 disparos, segundo o relato de testemunhas. No local, foram encontradas cápsulas de fuzil calibres 556 e 762.

Diotti era marido da ex-mulher do ex-vereador Cristiano Girão, condenado por formação de quadrilha, crime eleitoral e acusado de comandar a milícia da Gardênia Azul, na Zona Oeste.

Em junho de 2017, Marcelo e a esposa haviam sido vítimas de outro atentado. Os dois deixavam uma festa num hotel, também na Barra, quando se tornaram alvos de disparos. A 16ª DP (Barra da Tijuca) ouviu os depoimentos do casal à época.

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