Caso do brigadeirão: acusada de ser cúmplice na morte de empresário ensina simpatias amorosas em vídeos: 'vai comer na palma da sua mão'

Suyany Breschak foi presa na última quarta-feira, suspeita de ajudar Júlia Andrade Cathermol Pimenta na morte do empresário Luiz Marcelo Antônio Ormond

Por — Rio de Janeiro


Suyany Breschak, que se apresenta como cigana, foi presa por suspeita de envolvimento no assassinato Reprodução

Suyany Breschak, suspeita de participar do assassinato do empresário Luiz Marcelo Antônio Ormond, se apresenta como "cigana" nas redes sociais. Nos perfis do Instagram e do X, antigo Twitter, ela ensina a fazer simpatias amorosas, de compra e venda de casa, de oportunidades no trabalho, compartilha superstições e divulga alguns trabalhos, que, segundo ela, podem ser "caríssimos" a depender do cliente. Somando as duas redes, ela tem mais de 400 mil seguidores.

Suyany está presa desde a última quarta-feira, suspeita de ser cúmplice de Júlia Andrade Cathermol Pimenta, namorada de Luiz Marcelo e principal suspeita do assassinato. Em depoimento à polícia, a suposta cigana disse ter realizado diversos trabalhos a Júlia, que continua foragida. O Fantástico, da Rede Globo, revelou trechos do depoimento da profissional:

"Ela pedia para mim sempre banho, limpeza, descarrego para a mãe não descobrir que ela estava fazendo programa". Os trabalhos, segundo ela, geraram uma dívida de R$ 600 mil, dos quais Júlia já havia pagado R$ 200 mil.

O Instagram de Suyany é repleto de vídeos curtos com ensinamentos sobre simpatias, principalmente amorosas. Em uma publicação do 17 de janeiro, ela explica como fazer o homem amado "comer na palma da sua mão feito um cordeirinho". Ela enfatiza que a pessoa só deve fazer a simpatia se for corresponder ao amor da pessoa, e não por vingança.

A simpatia é "simples e fácil", como narra. Por sete dias, a pessoa precisa escrever o nome do amado no espelho. Ao final, ele vai estar "bem mansinho só para você".

"Ah, ele te magoou, te chateou? [...] Tá na frente do seu espelho? Pode ser aqueles espelhos pequeninhos ou até aqueles que você se maquia, grandão, não tem problema nenhum. Você vai pegar a sua saliva, molhar no dedo direito e escrever o nome dele no espelho. Escreveu o nome dele no espelho, mentalizando ele? Agora espera, faça isso durante sete dias. Você vai ver que ele vai vir rastejando, implorando pelo seu perdão, feito um carneirinho, comendo na palma da sua mão, bem mansinho só para você", explica no vídeo.

Relembre o caso

Luiz Marcelo Antônio Ormond foi visto pela última vez em 17 de maio. Ele aparece, ao lado de Júlia Andrade, em filmagens de câmeras de segurança do elevador do prédio onde morava com ela, no Engenho Novo, Zona Norte. O corpo foi encontrado três dias depois, sentado sob um sofá e já em "avançado estado de putrefação".

A polícia suspeita que ela tenha envenenado o namorado com um brigadeirão, fato narrado por Suyany em depoimento. A suposta cigana disse que Júlia admitiu a ela ter matado Luiz Marcelo com a sobremesa, que tinha mais de 60 comprimidos de um potente analgésico à base de morfina.

Empresário Luiz Marcelo Ormond, encontrado morto em apartamento no Engenho Novo — Foto: Reprodução

"Não tô mais aguentando esse porco, esse nojento" teria dito Júlia a Suyany. No dia 18, a suspeita foi a Araruama entregar a ela o carro de Luiz Marcelo, avaliado em R$ 75 mil, que seria usado para quitar uma parte da dívida de R$ 400 mil.

"Ela (Júlia) me falou: esse carro era dele (Luiz Marcelo). Ele me deu. Eu tô te dando ele por setenta e cinco mil para ir descontando da nossa dívida", disse Suyany à polícia.

Em entrevista ao Fantástico, o delegado Marcos Buss, responsável pelo caso, afirmou que o crime foi motivado por questões econômicas.

— Nós temos elementos que a Júlia estava em processo de formalização de uma união estável com a vítima. Mas, em determinado momento, o que nos parece, é que a vítima desistiu da formalização da união. Então isso até robustece a hipótese de homicídio e não de um latrocínio puro e simples, porque o plano inicial me parecia ser realmente eliminar a vítima depois que essa união estável estivesse formalizada.

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